Dorival Júnior negou, nesta quarta-feira, ter recebido um convite do São Paulo para trabalhar no clube do Morumbi. O treinador disse que no episódio que culminou com a sua demissão no Santos, na noite de terça, todos erraram e culpou as interpretações distintas entre ele e o presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, na reunião de segunda, como o principal motivo para o desfecho do caso Neymar.
O ex-comandante do clube da Vila Belmiro deu uma entrevista coletiva no prédio onde mora, em Santos. “Eu seria um grande cachorro se aceitasse discutir convite de um clube com o contrato de dois anos com o Santos em vigência. Além disso, o São Paulo não é de agir dessa forma (convidar treinador que esteja trabalhando) e o Baresi (Sérgio, técnico interino do São Paulo) é um baita amigo meu. Trabalhamos juntos no Santo André no fim dos anos 90 e converso por telefone com ele pelo menos uma vez por semana. Eu era auxiliar do técnico Luís Carlos Ferreira e ele era jogador”, relembrou Dorival Júnior. “Levantaram coisas de maneira leviana, mas no momento não tenho contato com ninguém”, acrescentou.
Sobre a sua demissão e as críticas que sofreu por parte do diretor de futebol, Pedro Luís Nunes Conceição, Dorival Júnior reagiu com altivez. “Todos nós erramos e eu assumo a minha parcela. Houve erro de comunicação no encontro que tive com o presidente antes do treino da segunda-feira. Conversamos sobre vários aspectos e no fim ele saiu achando que estava tudo superado e eu acreditava que tinha respaldo para punir Neymar tecnicamente. Só depois que eu decidi pelo afastamento de Neymar do clássico. A diretoria entendeu que antes da punição eu deveria comunicar a diretoria”, explicou o técnico.
De qualquer maneira, Dorival Júnior não se arrepende de ter punido Neymar por mais um jogo. “Multa é punição fictícia e o que conta é punição de campo e Neymar já era reincidente. E eu não abro mão do respeito à disciplina. Mas não acredito que tenha havido excesso de proteção ao jogador”, ressaltou ele.
Dorival Júnior contou que após as lamentáveis das cenas em campo durante o segundo tempo e após o término do jogo contra o Atlético Goianiense, na quarta passada, na Vila Belmiro, o seu relacionamento com Neymar voltou ao normal. “Com ele a gente quase não tem conversa; é mais na base da risada. Não tenho nada contra Neymar, de quem gosto muito, como se fosse um filho. Ao afastá-lo pensei mais no futuro dele e não no imediatismo do jogo contra o Corinthians”, destacou.