A suspeita de uso de doping pelo tenista Marcelo Melo, de 24 anos, foi confirmada ontem. A suspensão por apenas dois meses – de 10 de setembro até 9 de novembro – até que saiu barata. A substância encontrada, o isometepteno, um estimulante, faz parte do grupo de substâncias proibidas pela Agência Mundial Antidoping, à qual a Federação Internacional de Tênis (ITF) é filiada – nesses casos, o atleta é suspenso por até dois anos.

continua após a publicidade

Mas a ITF entendeu que o brasileiro não teve benefícios com o uso da substância, como apresentar melhor rendimento em quadra, e a pena foi bem branda. O caso, porém, lança um estigma sobre um jogador que atravessa o melhor momento da carreira, em que, ao lado de André Sá, chegou a ocupar a 12ª posição no ranking mundial de duplas.

?Fiquei chocado quando soube que o antidoping tinha dado positivo. Afinal, não costumo tomar nem suplementos alimentares? disse o tenista, ontem, em entrevista coletiva em São Paulo. Melo admitiu, porém, que carrega nas viagens remédios de uso familiar, como antigripais, antiinflamatórios e antitérmicos. ?Tomei um comprimido contra dor de cabeça que minha mãe me dá há muitos anos.

O hábito, aliado à falta de experiência em competições de grande importância, levou Melo a ser flagrado, no dia 10 de junho, no Torneio de Queen?s, em Londres, uma das competições preparatórias para a disputa de Wimbledon, de 25 de junho a 8 de julho.

continua após a publicidade

Em agosto, apesar de já ter conhecimento do antidoping positivo, decidiu jogar o US Open (27 de agosto a 9 de setembro), em parceria com Sá, chegando às quartas-de-final. Por isso, perderá os pontos e a premiação de US$ 25 mil ganhos em Nova York. Sua 25ª colocação no ranking individual das duplas cairá para próximo da 35ª. Mas não haverá prejuízo para as semifinais de Wimbledon, torneio em que fez um jogo histórico, com vitória por 28 a 26 no quinto set – ele ainda não sabia do doping.