Domingos Moro apela contra Juan Figger

A frustrada tentativa de contratação do meia Marquinhos, do São Paulo, azedou de vez as relações entre o Coritiba e o empresário Juan Figger. O vice-presidente Domingos Moro, que sempre foi contrário à parceria, fez duras críticas, que inevitavelmente vão fazer com que o acordo acabe gorando. É o final triste de uma história que prometia, nos planos alviverdes, a internacionalização do clube.

Em entrevista à rádio Banda B, Moro confirmou que o negócio com Figger está desfeito. “Em reunião da diretoria executiva do clube, foi feita uma proposição para o cancelamento da parceria. Ela foi aprovada por unanimidade”, disse. Ainda nesta semana deve ser enviada uma carta do presidente Giovani Gionédis ao escritório do empresário, explicando os porquês da decisão.

Quando anunciada, no ano passado, a parceria não envolvia apenas contratação de jogadores. “É algo mais amplo. A gente vai ter o know-how do Figger para abrir mercados e criar divisas para o Coritiba”, explicou Moro à época. Havia a promessa de amistosos na Europa, de aumento da visibilidade do Coxa no Velho Continente e, claramente, de um acordo para a entrada e saída de jogadores no clube.

Sim, porque não se negava que uma intenção da parceria era fazer negócios mais rentáveis para o Cori – o exemplo era a bem-sucedida aliança de Figger com o Atlético. Mas a única negociação de atletas para o exterior não foi nem para a Alemanha, nem para a França, ‘portos seguros’ do empresário. Foi a de Marcel para a Coréia, transação que não teve a participação de Figger.

No início do ano, dois jogadores ligados ao empresário aportaram no Couto Pereira. O primeiro foi o zagueiro uruguaio Antonio Esmerode, que acabou sendo responsabilizado pela derrota para o Sporting Cristal na Libertadores, e depois daquele jogo relegado a um último plano. O outro foi Janiro, que veio com uma séria lesão no joelho – e, por isso, o departamento médico alviverde recomendou a não contratação.

O jogador mais visado desde o início das conversas era Marquinhos. Segundo o Coritiba, na primeira tentativa (em dezembro do ano passado), Juan Figger disse que, se o jogador ficasse no Brasil, iria para o Coxa, o que não aconteceu. Agora, o empresário e seus filhos deram sinal verde para a conversação, mas um dia depois do negócio ser alinhavado houve a mudança de planos. Moro, em reação iracunda, chamou Figger de “gigolô de jogadores”. “O que existe nesse clube, e de sobra, é caráter. E isso é o que falta nesse senhor, que eu não vou mais dizer o nome, e em seus representantes”, atacou.

Adriano

Segundo o vice-presidente alviverde, o interesse no meio-campista do Atlético já passou. “Ele foi muito correto conosco, e com o clube com o qual tem contrato. Ele deu prioridade ao Atlético”, contou o dirigente. Com isso, a prioridade volta a ser Tcheco, que chega ao Brasil nos próximos dias, mas que segue vinculado ao Al-Ittihad, da Arábia Saudita.

Roberto Brum curte sua “viagem” de volta

Passou um filme na cabeça de Roberto Brum quando Wagner Tardelli Azevedo apitou o final de Coritiba 1 x 0 São Caetano. Era o definitivo encerramento de seu ‘inferno pessoal’, do drama que começou com uma lesão preocupante e terminou com uma atuação redentora. Foram três meses de martírio e desassossego até a partida de domingo. O “Senador” voltou com tudo.

A última partida de Brum fora no dia 14 de março, no estádio do Café, contra o Londrina. Ele pouco jogou, torceu o joelho e ficou duas semanas parado. Quando voltou, acabou ‘passando dos limites’ e acabou suspenso e afastado do elenco pelo técnico Antônio Lopes. “Eu treinei sozinho, apenas corria, e tive que ter muita calma”, confessa o volante coxa.

Sim, porque o máximo que tinha de contato com os companheiros dentro de campo era um trote ao lado dos jogadores contundidos. “Por mais que eu treinasse, como eu treinei, era inevitável que eu ficasse fora de forma”, diz Brum, que surpreendeu correndo os noventa minutos. “Eu precisava me doar ao máximo, para agradecer aos meus companheiros e à torcida pelo apoio que tive nesse tempo todo”, resume o “Senador”.

Por isso o esforço incomum, percebido por todos que estavam no Couto Pereira – e, claro, pelo técnico Antônio Lopes. “Nós tivemos boas atuações no meio-campo. O Ataliba foi muito bem, o Capixaba também, e o Brum teve uma ótima presença”, elogia o treinador coxa. “Isso aconteceu porque todos nós marcamos, porque nosso trabalho defensivo começou no Aristizábal, no Fávaro, no Tuta e no Luís Mário”, ressalta Roberto Brum.

Mas havia mais. Dentro do volante, havia a necessidade de mostrar que tem a devida importância no elenco alviverde. “Eu fiquei emocionado quando vi a torcida de volta. Estava esperando muito por esse momento. Parece que eu fiz uma viagem longa e estava voltando para casa, porque o Coritiba é a minha casa”, relata Brum, numa remissão à parábola bíblica do filho pródigo.

E como o tal, o jogador coxa teve os braços da ‘família’ a recebê-lo. Roberto Brum foi o mais aplaudido dos alviverdes quando o jogo terminou, e aí foi difícil conter a emoção. “Eu estava com saudade de tudo isso. Precisava ter o carinho dos torcedores, porque eles me dão força para defender e fazer o máximo pelo Coritiba. Eu agradeço muito pela ajuda e pelo apoio que tive nesse tempo todo”, finaliza o “Senador”.

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