O protesto da torcida do Corinthians demorou um pouco, mas acabou acontecendo ontem, dois dias depois de o time encerrar sua vexatória campanha no Paulistão. No embarque do elenco para Fortaleza, onde a equipe joga hoje pela Copa do Brasil, integrantes da Gaviões da Fiel estiveram no aeroporto de Cumbica e atacaram alguns jogadores com ovos e tapas.
Foram pouco mais de 20 torcedores que estiveram em Cumbica na manhã desta terça-feira. Carregavam faixas de protesto (“Fora Dualib”, em referência ao presidente do clube) e alguns estavam vestidos de palhaço. Quando a delegação entrou no aeroporto, começaram os gritos de “vergonha”.
Os seguranças do clube e do aeroporto conseguiram evitar um contato mais ostensivo e agressivo. Mas o volante Fabrício, o meia Rodrigo e o atacante Gil foram atingidos por ovos jogados pelos torcedores. E os laterais Moreno e Fininho chegaram a levar alguns tapas na cabeça.
Depois da confusão, os jogadores do Corinthians conseguiram embarcar para Fortaleza, mas o clima não mudou muito.
Mais vaias
A torcida cearense havia preparado uma recepção festiva para o desembarque, ontem à tarde, dos jogadores do Corinthians no aeroporto Pinto Martins, em Fortaleza. O time paulista enfrenta o Ferroviário, amanhã, às 21h45min, no estádio Plácido Castelo (Castelão), pela Copa do Brasil.
“Bem-vindo, Timão. Aqui é só paixão”, gritava um grupo de aproximadamente 200 torcedores, em frente ao portão de desembarque enquanto esperava pelo time. Mas a frustração foi geral quando os jogadores entraram direto em um ônibus que estava estacionado ao lado da pista de pouso, driblando o assédio da imprensa e da torcida. Houve correria. Um grupo chegou a cercar o ônibus. E os gritos de homenagem mudaram para: “covardia”, “timinho”, “mercenários” e “vergonha nacional”.
No saguão do hotel Marina Park, onde o elenco ficou hospedado, o técnico Oswaldo de Oliveira explicou que a iniciativa de fugir da torcida não foi do time e sim “uma questão da segurança” definida no Ceará. Ele reconheceu que está pensando numa lista de cortes, mas não adiantou nomes. “Essa é uma questão que eu vou avaliar não para responder perguntas, mas para ter a satisfação do meu grupo”, comentou.