O Nacional demorou, mas agiu. E ontem entrou com um pedido de impugnação do jogo de domingo com o Rio Branco – que terminou empatado em 1×1, e que teve como lance mais polêmico o ?gol que não foi?. O zagueiro Rodrigo chutou, a bola bateu por fora da rede e o árbitro Ito Dari Rannov, confiando na informação do assistente Paulo César Beskow, validou o gol. E logo depois de receber a notificação do time de Rolândia, o presidente do Tribunal de Justiça Desportiva, Bortolo Escorsin, mandou que o caso fosse a julgamento.
É um fato surpreendente, pelo menos depois das declarações dos dirigentes do Nacional. Ainda na segunda-feira, quando o caso estava ?pegando fogo?, o presidente do NAC, José Danílson de Oliveira, afirmou que não queria crucificar a arbitragem. ?Não quero prejudicar ninguém, nem estragar a carreira de ninguém. Mas tenho que ver o lado do Nacional também?, disse. A atitude da equipe de Rolândia seria anunciada na terça, mas acabou não saindo – e parecia que nada iria acontecer.
Mas a diretoria do NAC entrou com uma petição no final da tarde de ontem – nela, pedia a impugnação da partida de domingo passado, com a conseqüente remarcação.
O advogado Nixon Fiori baseou-se nos artigos 54 e 83 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva para entrar com o pedido. ?Estamos defendendo os interesses do Nacional. Esses pontos perdidos nesta partida podem fazer falta na questão do rebaixamento?, disse o advogado. A decisão do presidente do TJD foi manuscrita e divulgada minutos depois da entrada no tribunal dos documentos do Nacional.
Depois de anunciar oficialmente, através da assessoria da entidade, que o jogo estava impugnado provisoriamente, Bortolo Escorsin disse que nada muda – o protocolo 136/06, que trata do caso, serve para oficiar os clubes interessados e a Federação Paranaense de Futebol que o resultado do jogo Nacional 1×1 Rio Branco vai a julgamento. ?Não houve pedido de liminar, não se pediu a suspensão dos efeitos da partida?, esclareceu o presidente do tribunal.
A partir de agora, o time parnanguara tem dois dias úteis para apresentar a defesa. Portanto, o advogado Domingos Moro (representante do Leão) tem até amanhã para protocolar seus argumentos. Depois, é a Procuradoria do TJD que tem dois dias úteis para preparar seu relatório. E a presidência tem mais dois dias úteis para marcar o julgamento.
Como há o Carnaval no meio desse período, o julgamento do caso (pela segunda comissão disciplinar) só vai acontecer daqui a dez dias, em 6 de março – quer dizer, depois do final da primeira fase. Com isso, pode acontecer de o Campeonato Paranaense ficar ?emperrado?, esperando o desfecho da história para serem conhecidos os classificados e o rebaixado do grupo A.
Apesar de Escorsin garantir que não muda nada na tabela por enquanto, é inevitável a projeção da classificação sem o jogo. E a ordem das equipes não muda – com um ponto a menos, o Rio Branco permanece na quarta posição e o Nacional segue na penúltima colocação. Mas a classificação fica mais equilibrada: o Leão pode ser ultrapassado nesta rodada por Iraty e Galo Maringá, e o NAC tem apenas um ponto de vantagem para o Francisco Beltrão.