Novak Djokovic ressurgiu no circuito. Após um ano e meio de oscilações, problemas físicos e até desânimo, o sérvio voltou ao topo do tênis ao se sagrar campeão de Wimbledon, neste domingo. Ele brilhou na grama londrina ao derrotar na final o sul-africano Kevin Anderson por 3 sets a 0, com parciais de 6/2, 6/2 e 7/6 (7/3), em 2h18min. Foi o seu 13º troféu de Grand Slam na carreira.
Djokovic obteve a nova conquista ao se impor ao longo de toda a final, contra o atual número oito do mundo, algoz do suíço Roger Federer nas quartas de final. O sérvio dominou os dois primeiros sets com facilidade e só precisou suar mais na terceira parcial, quando Anderson chegou a ter quatro set points, sem convertê-los.
Mais eficiente, o 21º colocado do ranking soube se recuperar da oscilação no fim do terceiro set e sacramentou o triunfo no tie-break, voltando a brilhar em Wimbledon e também no circuito.
Trata-se do primeiro título de Grand Slam do sérvio desde o troféu de Roland Garros de 2016. Desde então, ele foi vice do US Open no mesmo ano e obteve conquistas de menor expressão. A queda de rendimento foi acompanhada por uma lesão crônica no cotovelo direito, que exigiu cirurgia em fevereiro deste ano.
Djokovic, então, virara incógnita em cada torneio que participava devido ao processo de recuperação física e técnica. Seu melhor resultado vinha sendo as quartas de final em Roland Garros, quando caiu diante do então desconhecido italiano Marco Cecchinato. E foi na grama que o sérvio “acertou o passo”. Foi vice-campeão em Queen’s e agora volta a brilhar na grama mais famosa de Londres.
Foi o seu quarto troféu em Wimbledon – os outros foram em 2015, 2014 e 2011 -, sendo o 13º em Grand Slams. Na lista dos maiores campeões, o sérvio está atrás do norte-americano Pete Sampras, dono de 14 conquistas, do espanhol Rafael Nadal (17) e do suíço Roger Federer (20).
Com a nova conquista, Djokovic também garantiu uma boa subida no ranking da ATP. Ele deixará o 21º posto para retornar ao Top 10 na atualização desta segunda-feira. Mesmo vice, Anderson também ganhará posições. Trocará o 8º pelo 5º posto.
O JOGO – Ambos os finalistas chegaram cansados para a final, em razão da sequência dura de jogos nas quartas de final e na semifinal. Djokovic esteve em quadra por 7h50min, sendo que o seu duelo contra o espanhol Rafael Nadal começou na sexta e só terminou no sábado, véspera da final, algo incomum nos Grand Slams. Ou seja, teve pouco mais de 12 horas de descanso para a decisão.
Anderson não jogou no sábado. Em compensação, esteve em quadra por 6h36min na sexta, contra o norte-americano John Isner. Foi o segundo jogo mais longo da história de Wimbledon e o quarto de todos os tempos (incluindo os duelos de duplas). No total, entre as quartas contra o suíço Roger Federer e a semifinal foram 10h50min em apenas duas partidas.
O cansaço, porém, não deu o tom do jogo no começo. A primeira final de Wimbledon na Era Aberta com dois trintões em quadra teve um início favorável a Djokovic, de 31 anos, graças à inexperiência de Anderson, de 32. Exibindo nervosismo, o sul-africano cometeu erros bobos e perdeu o saque logo no primeiro game da partida – foram 32 erros não forçados em toda a partida, contra 13.
O sérvio aproveitou o momento favorável e impôs seu jogo com facilidade. Ele levava vantagem constante sobre o adversário ao explorar os slices para deixar a bola o mais baixo possível, dificultando ataques e contragolpes do rival. Assim, Djokovic obteve nova quebra no quinto game e abriu 4/1. Sem enfrentar maior resistência do sul-africano, o ex-número 1 do mundo fechou o set inicial em apenas 29 minutos.
A segunda parcial do jogo teve início semelhante. Novamente Anderson hesitou ao sacar e perdeu o saque no game de abertura do set. E, também como aconteceu na primeira parcial, o sérvio quebrou de novo no quinto game antes de sacramentar o set.
O terceiro set foi o mais equilibrado da partida. Sem quebras de saque, o duelo foi parelho, com ligeira superioridade de Anderson. O sul-africano teve quatro set points, todos no saque de Djokovic, mas desperdiçou suas oportunidades. Mesmo oscilando no serviço (foram três duplas faltas no mesmo game), o sérvio levou o duelo para o tie-break, quando se impôs em seu segundo match point e confirmou o favoritismo.