Foi em Roland Garros em 2016 que Novak Djokovic atingiu o auge de sua carreira. Completou o Grand Slam, com os quatro títulos em sequência, e se consagrou. Doze meses depois, com seguidas decepções e até lágrimas, o tenista sérvio alcançou seu pior momento nestes últimos anos em que foi protagonista do circuito profissional, ao ser eliminado pelo austríaco Dominic Thiem nas quartas de final em Paris. O jovem rival chegou a cravar um 6/0 no terceiro e último set do jogo.
“É difícil comentar este set. Obviamente, nada estava acontecendo do jeito que eu queria, mas sim do jeito dele”, declarou o atual campeão de Roland Garros. “Foi simplesmente um set muito ruim.” Djokovic não era eliminado antes de uma semifinal em Paris desde 2010, quando também caiu nas quartas. Foi ainda sua primeira derrota em sets diretos num Grand Slam em quatro anos, e a primeira vez que levou um “pneu” desde o US Open de 2005.
A dura derrota desta quarta foi mais um ponto baixo de Djokovic desde que se sagrou campeão neste mesmo saibro no ano passado. Na sequência, caiu na terceira rodada em Wimbledon, se despediu na estreia na Olimpíada do Rio de Janeiro e foi até a final do US Open, quando foi desbancado de forma surpreendente por Stan Wawrinka. Em janeiro, no Aberto da Austrália, foi eliminado na segunda rodada.
“Para mim, tudo isso é uma nova situação que estou vivendo, principalmente nestes últimos sete, oito meses, sem vencer torneios, o que não tinha acontecido nos últimos anos”, disse o sérvio, nesta quarta, após a derrota para Thiem. “Vivi uma onda de fortes emoções [em 2016], eu acho, até o US Open do ano passado mais ou menos. Lá eu estava emocionalmente num clima mais ameno e me sentia numa situação que nunca enfrentei na minha carreira.”
Quanto ao rendimento nesta edição de Roland Garros, ele admitiu jogar sem consistência. “Um pouco mais ou um pouco menos, todos os lados do meu jogo oscilaram muito. Sinto que faltou consistência. Tinha uma grande performance em um ou dois jogos e aí tinha um jogo completamente diferente na sequência. Foi o que aconteceu hoje”, analisou.
Djokovic tentou não valorizar o momento ruim no circuito. “Todos os jogadores de nível top passaram por isso. Então, tenho que viver isso, aprender as lições e descobrir um caminho a seguir. É um grande desafio, mas estou pronto para isso”, disse o sérvio, que garantiu manter a motivação para seguir brigando pelos principais torneios do mundo.
“Sei que alcancei as maiores conquistas do esporte e esta memória e a experiência adquirida me dão confiança suficiente para acreditar que posso fazer tudo isso de novo”, declarou Djokovic, que deve cair para o terceiro lugar do ranking na próxima atualização.
