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Dívida do São Paulo vai acirrar discussão no Conselho Deliberativo do clube

Os conselheiros do São Paulo vão se reunir na próxima quinta-feira para analisar o Balanço Financeiro do ano passado. E o encontro já será uma prévia da disputa eleitoral do próximo mês, pois a situação vai sustentar a diminuição na dívida do clube enquanto a oposição garante que houve aumento no endividamento.

A questão dos números é importante porque o futuro presidente, que pode ser o atual mandatário Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, ou José Eduardo Mesquita Pimenta, candidato da oposição, terá de lidar com um quadro de dificuldade, ainda mais porque o clube está sem patrocínio master na camisa.

Adílson Alves Martins, diretor financeiro do clube, explica que nos dois últimos anos houve um prejuízo de R$ 170 milhões e que o São Paulo conseguiu reverter esse quadro, apesar de que a dívida total é de R$ 493,9 milhões. “O balanço contábil mostra a realidade da empresa. Existem algumas explicações e elas só poderão acontecer após aprovação do balanço pelo conselho”, diz.

Ele lembra que quando se analisa apenas o aspecto da dívida total não se olha para o que gerou o passivo. Um exemplo seria em venda de jogadores. No ano passado, o São Paulo negociou o meia Paulo Henrique Ganso e ainda vai receber 2,5 milhões de euros em junho e o mesmo valor em janeiro. Metade do valor é da DIS e esse valor já está lançado no passivo. “Só posso pagar o empresário quando receber. Então, não se pode incluir esse valor na dívida”, argumenta.

Isso se aplica também, por exemplo, para antecipação de cotas de televisão. O clube ganhou R$ 60 milhões de luva da Globo para o período de 2019 a 2014. “Ela entra aqui como dívida em adiantamento de contratos. Mas é bônus”, afirma. Quanto ao Profut, o valor saltou de R$ 77 milhões para R$ 89 milhões. “Nós parcelamos em 240 vezes, então o valor que pago de prestação é menor”, afirma.

Para Adilson, o São Paulo conseguiu mudar o perfil da dívida, diminuindo o curto prazo e aumentando o longo, pois assim o risco de não honrar os compromissos fica menor. “Quando assumi a gestão, em novembro de 2015, o clube vinha de dois anos com déficit orçamentário, o que é muito ruim. Conseguimos esse ano ter um superávit R$ 900 mil, sendo que antes era R$ 72 milhões negativo.”

O diretor financeiro vai apresentar o documento aos conselheiros do clube na quinta-feira e lembra que não adianta apenas olhar para o passivo sem levar em consideração o que gerou ele. “No balanço, são várias contas interligadas. Só espero que a reunião seja técnica e não política”, conclui.

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