Considerada pela Fifa como uma das melhores sedes da Copa do Mundo do Brasil, a cidade de Curitiba e a Arena da Baixada podem ficar marcadas pelos erros de planejamento da engenharia financeira da obra de reforma do estádio, que foi palco de quatro partidas do Mundial deste ano. Com diversas dívidas com empresas e empreiteiras que trabalharam na reforma e ampliação do Joaquim Américo, a CAP S/A, apesar de já ter recebido todos os recursos provenientes dos financiamentos tomados junto à Fomento Paraná e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), não conseguiu pagar todas as despesas e tem R$ 10,8 milhões de dívidas em títulos protestados, conforme a reportagem da Tribuna 98 apurou na edição de terça-feira.
Governo
Mário Celso Cunha, que ocupou o cargo de coordenador-geral estadual da Copa do Mundo, afirmou que a responsabilidade das dívidas é única da CAP S/A e que, de maneira alguma, as dívidas deixadas pelo clube e as diversas empresas e empreiteiras que ainda lutam para receber os valores devidos, não vai manchar a imagem que a capital paranaense deixou no Mundial.
“A Copa do Mundo aconteceu da melhor maneira possível e isso demonstrou a competência de todos. O problema de pagamentos é da CAP S/A, somente. O Governo do Estado fez a sua parte e repassou o que tinha que repassar através dos financiamentos via Fomento Paraná. A Prefeitura de Curitiba também fez o repasse através do potencial construtivo dentro do que a lei previa. Não podemos interferir no caixa do Atlético”, ponderou Cunha.
Prefeitura
O representante do poder estadual na realização da Copa do Mundo na capital paranaense alertou que as dívidas podem ser recorrentes de problemas administrativos e de planejamento do clube na operação de reforma e ampliação da Arena da Baixada. “No período da Copa do Mundo, todas as empresas que prestaram serviços no estádio receberam. O problema é agora do Atlético. O problema foi administrativo e de planejamento do clube. Nossa parte nós cumprimos”, reiterou.
Com o mesmo discurso, Reginaldo Cordeiro, atual secretário municipal de urbanismo e que comandou a Secretaria Municipal da Copa do Mundo, frisou que a responsabilidade do poder municipal já foi cumprida. “Essas dívidas, o Atlético que tem que resolver. O problema é da CAP S/A com essas pendências que assumiu. Nós fizemos a nossa parte no acordo tripartite firmado com o clube e com o Governo do Estado”, garantiu o representante do poder municipal.
Valor final
Nos próximos dias, a Price Waterhouse, responsável pela medição do cronograma físico e financeiro da reforma e ampliação da Arena da Baixada, deverá validar o valor final da obra do estádio atleticano, que segundo o clube custou R$ 330,3 milhões. Os técnicos responsáveis pela parte administrativa e financeira da empresa de auditoria estão desde o início da semana realizando a medição do cronograma financeiro junto ao setor responsável da CAP S/A. O cronograma físico será medido a partir da semana que vem pela empresa.