‘Dívida’ da CBF leva amistoso da seleção para Goiânia

O novo amistoso do Brasil em Goiânia (contra o Panamá, nesta terça, às 16 horas) é mais uma iniciativa da CBF para saldar algumas “dívidas” com a cidade. Há quatro anos, a capital de Goiás recebeu a informação do então presidente da entidade, Ricardo Teixeira, de que seria sede da Copa das Confederações, em 2013, o que não ocorreu. Antes, Goiânia já havia perdido a luta para ser uma das 12 escolhidas para os jogos da Copa do Mundo – Cuiabá acabou sendo a “representante” do Centro-Oeste.

Em outra costura de Teixeira, depois que o ex-dirigente foi alertado pela Fifa de que na Copa das Confederações só os estádios do Mundial deveriam ser utilizados, ele prometeu que Goiânia seria uma das sedes da Copa América de 2015. O fato ganhou repercussão no Estado e autoridades locais se manifestaram publicamente a favor de Teixeira. Mas a competição foi transferida para o Chile e o Brasil só voltará a abrigar uma Copa América em 2019.

Logo no início da preparação do Brasil para o Mundial, Teixeira recebeu da Assembleia Legislativa de Goiás o título de cidadão goiano. Em seus discurso de agradecimento, disse que não poderia virar as costas para um dos Estados que mais o apoiaram em seus momentos difíceis à frente da CBF. O ex-presidente referia-se à atuação de políticos goianos que minimizaram as investigações de duas CPIs com foco em denúncias contra ele e a CBF.

O outro revés de Goiânia, agora sem interferência direta da CBF, ficou por conta da exclusão da cidade da lista dos locais que vão servir de base para as 32 seleções da Copa do Mundo. Com obras de reforma em três áreas – o estádio Serra Dourada, o CT do Atlético, e o complexo da serrinha, que pertence ao Goiás -, o investimento público de mais de R$ 10 milhões ficou sem efeito.

Numa passagem por Goiânia no final do ano passado, o atual presidente da CBF, José Maria Marin, ouviu pedidos para que a cidade substituísse Teresópolis na preparação da seleção para a Copa. Ele desconversou e não disse sim nem não. Afirmou apenas que a seleção realizaria amistosos, sempre que possível, na capital. O jogo com o Panamá está inserido nesse contexto. Marin tenta assim frear as críticas que muitos goianos devem fazer a Teixeira e, por extensão, à CBF.

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