Uma nova decisão judicial acirrou ontem a disputa pelo atacante Keirrison. Enquanto marca gols com a camisa do Coritiba e desperta a cobiça de clubes e investidores, o K9 está no centro de uma guerra entre o próprio Coxa e dois grupos de empresários. Uma intrincada briga nos tribunais, para ver quem fica com a maior fatia em uma futura negociação do jogador.
Três lados dividem o passe de Keirrison. O Coritiba detém apenas 20%. A Massa Sports, empresa que gerencia a carreira do jogador, tem 40%. Os outros 40% pertencem ao Astral, clube de Curitiba que tem o empresário Carlos Massa, o Ratinho, como um de seus proprietários.
Especula-se que o Coxa estaria negociando Keirrison com a Traffic, empresa parceira do Palmeiras. O valor giraria em torno dos R$ 13 milhões. O negócio, porém, é negado por todos os envolvidos.
O vencedor do round desta quarta-feira foi o empresário Gabriel Massa, filho de Ratinho. Ele obteve, junto à 19.ª Vara Cível, uma liminar determinando que, caso Keirrison seja negociado, o Coritiba deposite em juízo os 40% que caberiam à Massa Sports.
Gabriel trava uma batalha com os atuais proprietários da empresa, Marcos e Naor Malaquias e Carlos Corsini, desde que rompeu sociedade com eles, em 2006. ?Essa ação tem por objetivo garantir os eventuais direitos futuros de Gabriel Massa ao final da dissolução parcial da empresa Massa Sports?, explica o advogado Carlos Sabino.
Outras duas ações envolvendo Keirrison circulam pelos tribunais do Estado. A Massa Sports obteve uma decisão semelhante em fevereiro, que determinou o depósito judicial do valor que caberia ao Astral caso o atleta seja vendido.
A empresa contesta a compra de 40% do passe do jogador junto ao Cene (MS), time de Mato Grosso onde o K9 começou sua carreira. ?Existe um contrato que dá à Massa Sports a preferência na compra dos 40% que pertenciam ao Cene e isso não foi respeitado?, diz Fernando Barrionuevo, advogado da Massa.
O Coritiba também foi à Justiça em fevereiro deste ano. Dono dos direitos federativos de Keirrison, o Coxa quer ficar também com 100% dos direitos econômicos, ao invés dos 20% que detém atualmente. ?Temos os documentos e contratos que fundamentam esse pleito.
A forma como foram tratadas algumas renovações favoreceram o clube?, defende Gustavo Nadalin, responsável pelo departamento jurídico do clube alviverde.
Com tanta confusão, Coritiba e Astral podem acabar não faturando um centavo sequer com o K9. Se Keirrison ficar no Coxa até 30 de abril de 2009, quando termina seu contrato, ele estará livre para ir para qualquer clube, sem pagar nada a ninguém.
