Falta de comando, briga de egos e confronto de forças. Esses foram alguns dos ingredientes que contribuíram para que o Atlético encerrasse um longo período na Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro. Foram 16 anos de elite.
Houve contratações mal explicadas, dinheiro mal aplicado e 26 jogadores foram trazidos para reforçar o elenco. Ainda assim, de nada valeu. Rodada a rodada, o Atlético sucumbiu. O discurso manteve-se otimista até mesmo na semana do rebaixamento, com jogadores, comissão técnica e torcida acreditando no milagre, mas os erros foram mais realistas.
Os equívocos se sucederam. Um deles foi a falta de unidade no departamento de futebol. Valmor Zimermmann, Ocimar Bolicenho, Marcos Malucelli e Ênio Fornéa Júnior nunca falaram a mesma língua. Um pedia recursos para contratar, outro contratava a esmo, um queria decidir sozinho e outro se sentia contrariado por não ser consultado sobre o que ocorria no futebol.
Resultado: Zimermann saiu, Bolicenho foi demitido, Malucelli teve de assumir o futebol, Ênio Fornéa foi para o pleito eleitoral e o Atlético caiu.
Atualmente, o quadro eleitoral apresentado é a prova de que nunca houve unidade na atual gestão rubro-negra. A começar pelo hoje candidato da oposição Mário Celso Petraglia, que ajudou a eleger O presidente Marcos Malucelli e agora rechaça qualquer ligação com o atual mandatário. É tamanho o desentendimento, que até o ex-presidente João Augusto Fleury da Rocha, que dividiu a presidência com Petraglia, hoje está ao lado da chapa liderada por Ênio Fornéa, que o atacou no primeiro racha do grupo.
Ontem, Fleury se posicionou abertamente contra Malucelli e contra Petraglia. Alegou que é preciso mudar o modelo de gestão do clube, sem que as decisões fiquem concentradas em uma única cabeça. “O Atlético está nesta situação porque concentrou demais o poder. Faliu este modelo”, criticou, evidenciado a verdadeira Torre de Babel em que se transformou o Furacão.
Liminar
Ainda hoje, o Atlético deve cassar a liminar que a chapa CAPGigante conseguiu adiando as eleições para o dia 18 de dezembro. Assim, o Furacão começará a desenhar seus novos rumos no dia 15, quando o novo presidente deve ser eleito.
