Saquarema – Do grupo de 16 jogadores, o técnico da seleção masculina de vôlei, Bernardo Rezende, o Bernardinho, fará quatro cortes para a disputa do campeonato mundial do Japão entre os dias 17 de novembro e 3 de dezembro.
A tendência é de que ele leve o mesmo grupo campeão da Liga Mundial em agosto. Por isso, três deles estão praticamente decididos, o levantador Bruno Rezende, o meia-de-rede Sidão, além do oposto Leandro Vissotto. A única dúvida está na ponta, entre o novato Samuel e Roberto Minuzzi, que retornou ao elenco após uma cirurgia para a retirada de um aneurisma na aorta.
Nessa disputa, o próprio Samuel admitiu ter uma pequena vantagem não só pelo seu atual momento, mas também pelo fato de Minuzzi ainda não estar recuperado 100% de seu condicionamento físico. E ressaltou que a briga caseira com seu companheiro de clube, o Minas Tênis, só serve de estímulo. ?Lá no clube a gente até brinca com ele e falamos que acabou a moleza?, disse.
Em abril de 2003, Samuel integrou o primeiro grupo de cinco jogadores convidados por Bernardinho para treinar com a seleção principal. Naquela época, foi chamado para treinar como oposto, sua posição de origem, mas hoje exerce no time a função de ponta por sugestão de Bernardinho.
Bernardinho, para acirrar ainda mais a briga e despistar, acrescentou o nome de Murilo na disputa entre Samuel e Minuzzi. Ontem, no Centro de Desenvolvimento do Vôlei (CDV) em Saquarema, o treinador contou não estar preocupado com a decisão que, segundo ele, só tomará na próxima semana. ?Mas o Murilo e o Samuel estão um pouco à frente pela continuidade que vêm tendo na equipe.?
Família
Conhecido pela disciplina rígida que impõe a seus atletas, Bernardinho amoleceu um pouco e permitiu que os atletas convivessem por uma semana com seus familiares, antes da viagem do grupo para o Japão, prevista para o dia 5 de novembro. Com a benesse do treinador, o CDV foi invadido por esposas e filhos dos atletas.
?Acho importante essa convivência também entre nossos filhos para um ir conhecendo o outro. E o apoio da família é importante porque vamos fazer somente duas semanas de treinos, ao contrário de outras preparações que duraram dois meses?, disse o levantador Ricardinho.
?O Brasil tem a melhor equipe do mundo?
Saquarema – Daniel Bagnoli, técnico do atual vice-campeão italiano de vôlei, o Treviso, time do meia Gustavo, está de férias no Brasil e aproveitou para passar uma semana no Centro de Desenvolvimento do Vôlei (CDV), em Saquarema, Região dos Lagos do Rio de Janeiro, para aprender os segredos da seleção brasileira.
Amigo e convidado por Bernardinho, ele não escondeu o deslumbramento. ?Não há na Itália um centro tão belo. Com todas as condições que aqui oferece?, disse o técnico do Treviso. No CDV, Bagnoli aproveita o tempo para andar por todas as dependências, checar as redes e até testar a qualidade e a espessura dos colchões usados nos treinamentos.
Além de trabalhar com Gustavo, na Itália, Bagnoli já treinou outros brasileiros, como Maurício, em 1993, Bernard e Marcus Vinícius, em 1989. Sobre o atual comandado, o treinador foi só elogios.
Ao se encontrar com o técnico do Treviso, Gustavo brincou e disse que Bagnoli já está pronto para ?sugar? todos os ?nossos? segredos e repassá-los para os italianos. Em seguida, festejou o fato de o treinador ter ido a Saquarema, ?porque quem ganhará com isso é nosso time. Ele é adepto de novas idéias e o que aprender aqui vai usar lá?. Para Bagnoli, o CDV é um dos fatores que tornaram a seleção ?imbatível? nos últimos anos.
Além de ressaltar a qualidade técnica dos jogadores, especialmente do levantador Ricardinho, por quem confessou admiração especial, o técnico italiano apontou o conjunto brasileiro como o responsável pela atual fase áurea.
Em relação à participação da Itália no campeonato mundial, no Japão, entre os dias 17 de novembro e 3 de dezembro, Bagnoli se mostrou pessimista quanto a conquista do título. ?Acho que nosso objetivo principal deve ser terminar entre os quatro primeiros. O torcedor brasileiro é muito feliz por ter a melhor seleção do mundo.?