Dirigentes de Inter e Atlético falam de Copa 2014

Governo e prefeitura prometem intimar o Atlético amanhã. A intenção é saber se existe a intenção de adequar a Arena da Baixada ao caderno de encargos da Fifa, uma imposição para que o estádio permaneça como palco da Copa do Mundo 2014.

Enquanto Curitiba segue no impasse para não ser excluída como cidade sede da Copa do Mundo, o Internacional de Porto Alegre dá exemplo de como concluir seu estádio. O Colorado peitou as exigências da Fifa e vai fazer até mais do que o necessário, garantindo a capital gaúcha no torneio mais badalado do planeta.

Enquanto isso, no Atlético, o dirigente máximo do clube já chegou a dizer que o Furacão não perde em nada caso a Copa não seja realizada na Arena. Para que o leitor entenda as diferenças existentes na capital gaúcha e na paranaense, a Tribuna bateu um papo com o vice-presidente de patrimônio do Inter, Emídio Ferreira, e com o presidente Marcos Malucelli.

Tribuna – Quando começou a movimentação do Inter pelo novo Beira Rio?

Emídio Ferreira, vice-presidente do Inter – A nossa gestão, que esta há oito anos no clube, em 2003 começou a fazer reformas de manutenção no estádio, modernizando vestiários, gramado, iluminação, monitoramento por câmeras. Nesse meio caminhos, há cerca de dois anos, a Fifa esteve aqui fazendo vistoria e decidimos fazer os projetos. Nós simplesmente aceleramos o processo para a Copa 2014.

Tribuna – Farão todas as obras que a Fifa exige?

Emídio Ferreira – Sim. A cobertura da arquibancada que estamos fazendo, por exemplo, não era exigência da Fifa, mas sim de nossos 104 mil sócios. Agora, com a vinda do Lula, já tínhamos cinco pilares para a cobertura.

Estamos fazendo agora as fundações. Temos até dezembro de 2012 para finalizar as obras que o caderno de encargos exige. Mas estamos dando prioridade à cobertura, uma exigência de nossos sócios. No início do ano que vem iniciamos a parte interna.

Tribuna – Qual o custo total?

Emídio Ferreira – É de R$ 150 milhões.

Tribuna – Como vão pagar?

Emídio Ferreira – Não temos nada de dinheiro público. Vamos conseguir o dinheiro em duas etapas e, se precisar, faremos um financiamento no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Tribuna – Quais são essas etapas?

Emídio Ferreira – Vamos vender o Estádio dos Eucaliptos, que tem de 2 a 3 hectares de terra. Esperamos receber entre R$23 a R$25 milhões. Esse campo sediou a Copa de 1950 e temos 10 interessados. A partir do dia 20 começamos a examinar propostas. Até o final do mês teremos condições de saber quem vai comprar.

Tribuna – E a outra?

Emídio Ferreira – Recebemos autorização dos conselhos deliberativo, consultivo e fiscal para vender 100 suítes e camarotes por 10 anos, por R$1 milhão cada. Antes, vendíamos no por R$100 a R$120 mil por ano.

Mas no modelo imobiliário, anteciparemos a receita. Já vendemos 19. Creio que até o final do mês venderemos umas 20 ou 30. Com o dinheiro do Eucaliptos fechamos a conta.

Tribuna – O Atlético não quer adequar a Arena, alegando que vai precisar sair do estádio. O Inter fica quanto tempo fora?

Emídio Ferreira – Nunca vamos precisar sair do Beira Rio. Faremos a obra no modelo modulado. A gente bloqueia uma parte do estádio pra 10 mil pessoas. Como nossa média de público é de 20 mil pessoas, não teremos problemas. Nosso sócio também entende. Ter a Copa no Inter é importa,nte para o clube.

Tribuna – Quando terminam as obras?

Emídio Ferreira – Até dezembro de 2012. A cobertura em 2013. Estamos nos preparando para receber a semifinal.

O que disse Marcos Malucelli.

Tribuna – A Arena corre risco de ser riscada da Copa se nenhuma solução for tomada imediatamente. Alguma novidade?

Marcos Malucelli, presidente do Atlético – Não, nenhuma.

Tribuna – E a construtora que o Atlético precisa para financiar a obra no BNDES foi encontrada?

Marcos Malucelli – Não, por evidência ainda não temos a construtora.

Tribuna – O que o senhor pensa sobre a possibilidade do estádio atleticano ser excluído da Copa na segunda-feira?

Marcos Malucelli – Eu não tenho nenhum posicionamento para emitir. Vamos esperar. Não posso falar sobre uma coisa que ainda não sei se vai acontecer.

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