Dirigente da canoagem rebate críticas e diz que equipe recebe R$ 88 mil por mês

O presidente da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), João Tomasini Schwertner, questionou as críticas dos atletas que boicotaram nesta sexta-feira evento-teste da canoagem velocidade para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. O dirigente garantiu que os atletas não estão “desassistidos” e deu sua versão sobre o imbróglio que atrasou repasse do patrocinador diretamente a eles.

No início da manhã, quatro atletas brasileiros decidiram boicotar o evento. Isaquias Queiroz, campeão mundial no C2 1000m ao lado de Erlon de Souza, há menos de duas semanas, em Milão, liderou o protesto, ao lado do próprio Erlon, de Nivalter Santos e Ronilson de Oliveira.

“Não paramos de treinar, continuamos trabalhando e demos resultados, mesmo sem receber desde fevereiro da confederação”, afirmou Isaquias, principal atleta brasileira da modalidade ao canal SporTV. Estes salários, segundo os atletas, deveriam ser pagos através do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social).

Em resposta, o presidente da confederação convocou entrevista coletiva para apresentar sua versão. “Eles [atletas] não estão desassistidos. Ganham R$ 88 mil por mês (para toda a equipe), não é coisa de desassistido. O BNDES paga por projetos desde que começou a nos patrocinar, em 2012”, afirmou João Tomasini Schwertner, referindo-se ao projeto Lagoa Santa, através do qual os atletas são patrocinados.

O presidente da CBCa alega que um problema burocrático atrasou o repasse. “O projeto Lagoa Santa (CT dos atletas da canoagem) precisou de um documento ambiental que demorou 105 dias para chegar, e por isso o pagamento não foi feito. Intercedemos em novembro e procuramos o COB (Comitê Olímpico do Brasil) para que os atletas não ficassem desassistidos”, afirmou.

“O dinheiro (do BNDES) já está na conta e vale a partir de setembro. O pagamento vai ser feito dez dias a partir da assinatura do contrato que está na mão dos atletas. O COB não paga mais a partir de setembro”, explicou Tomasini. “Estou muito triste, não fizemos nada de errado.”

O evento-teste, que termina no domingo, serve para testar alguns pontos da Lagoa Rodrigo de Freitas para os Jogos Olímpicos de 2016. Serão testados, por exemplo, o sistema de GPS para divulgação dos resultados em um telão, cronometragem, instalações (mesmo sem um arquibancada flutuante prevista para a competição do ano quem vem), controle antidoping e organização. A qualidade da água, que gerou questionamentos por ocasião do evento-teste de Remo, também volta aos holofotes.

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