Por ironia do destino, a dispensa de Antônio Lopes -que pedia três jogadores experientes para o Brasileirão -ocorreu em moldes não mais vistos no Atlético desde o fim da ‘Era Petraglia’.
Além de atual inimigo político do presidente Marcos Malucelli, Mário Celso Petraglia é considerado por Lopes como um de seus grandes amigos no futebol – e o recente histórico da atual gestão atleticana deixa claro que as parcerias do antigo presidente estão sendo cortadas, a exemplo do que ocorreu com o convênio junto ao PSTC, de Londrina.
Para comentar a questão, Lopes – que chegou a denunciar pressão de conselheiros pela sua saída -foi procurado na tarde de ontem.
No entanto, manteve seu celular desligado e também não se pronunciou em seu site oficial.
A diretoria do Atlético negou qualquer interferência política ou complô por parte de Bolicenho e Niehues ao tomar a decisão.
Nas palavras de Marcos Malucelli, “não existe crise e não houve qualquer influência interna para que ele (Antônio Lopes) fosse demitido. Acompanho todos os jogos e achei no último domingo uma atuação péssima. Não tem crise interna”, disse o presidente, minimizando a fala do ex-treinador e dando ênfase no fato de o Rubro-Negro estar em condições piores que o rival, Coritiba, no Estadual.
Política
A forma conturbada como ocorreu a dispensa de Lopes reaqueceu o clima de turbulências políticas no Atlético.
A medida foi anunciada de forma inesperada por funcionários, jogadores e pelo próprio Delegado, apesar das limitações da equipe no Estadual 2010.
Mesmo com o currículo de quem sempre foi acostumado a fazer boas amizades por onde passou, dessa vez Lopes explodiu.
Lamentou à imprensa e também denunciou aos jogadores um suposto complô por parte do diretor de futebol, Ocimar Bolicenho, e do atual treinador, Leandro Niehues, para derrubá-lo.
As divergências ganham força pela forma como a medida foi anunciada, quando a 2.ª feira já estava prestes a terminar -um horário não habitual para anunciar esse tipo de situação, o que talvez pudesse ser feito com mais calma, no decorrer do dia seguinte, planejando a não existência de transtornos.
Na 3.ª feira, quando Ocimar Bolicenho foi questionado sobre a necessidade de permanência do Delegado na cidade até 5.ª feira (hoje), o cartola respondeu: “Se ele quiser, pode passar hoje mesmo”.