Há tempos o torcedor paranista sonha com a volta do seu time ao Durival Britto. A diretoria do Paraná Clube mantém uma negociação política tentando pôr fim ao processo judicial pela posse da área, numa disputa que se entende por mais de 35 anos. À margem disso, um grupo de conselheiros dá andamento a um projeto de revitalização da Vila Capanema. O conselho deliberativo do clube, de forma unânime, aprovou na noite de quinta-feira a implementação das obras, que visam adequar o estádio ao Estatuto do Torcedor e aos regulamentos dos campeonatos da CBF.
Dentro de no máximo duas semanas, será lançada ampla campanha junto a sócios, torcedores e empresários ligados ao Tricolor. A obra, com custo estimado (num primeiro estágio) em R$ 1,5 milhão, seria custeada através de doações e venda de camarotes e pacotes de ingressos para o próximo Campeonato Paranaense. ?Creio na força de nossa torcida, que não medirá esforços para voltar à sua casa?, disse o vice de marketing Waldomiro Gayer Neto, um dos responsáveis pelo projeto. A fatia mais significativa da verba viria da venda de 56 camarotes.
A reforma visa elevar para 15.600 lugares o Estádio Durival Britto, que passaria a ter apenas locais numerados. ?Não há impedimento legal, pois não iremos modificar a estrutura do estádio. Apenas iremos ampliar a curva de fundos com mais 3.100 lugares e construir camarotes pré-moldados, atrás do antigo relógio?, comentou Gayer Neto. O vice de marketing disse que o objetivo é modernizar a Vila para que ?a família paranista esteja presente nos jogos?. Por isso, a reforma de banheiros (e construção de novos sanitários) e bares se faz necessária.
?Montamos o projeto com base em números. Nossas recente vendas de pacotes, mostram um grande interesse das mulheres. Por isso, o estádio deve estar adequado para receber o público feminino com conforto?, justificou Gayer Neto. Além da recuperação do gramado e da construção de uma rampa de acesso às cabines de imprensa (que também serão reformadas), o ponto fundamental da obra será a construção dos camarotes. A área vip teria dois andares e um elevador para facilitar o acesso. ?Os camarotes serão totalmente independentes?, comentou Gayer.
O preço dos camarotes ainda não foi oficializado, mas devem variar entre R$ 25 mil e R$ 45 mil, dependendo da localização (próximos à linha de fundo ou à faixa central do gramado). Cada um deles terá capacidade para dez lugares, com usufruto de doze anos. Além da Vila Capanema, o projeto compreende ainda a conclusão, numa primeira fase, de dois campos de treinamento no CT do Anhangava (em Quatro Barras), que também receberia refeitório e alojamentos. ?A campanha será ampla e a bola está lançada. Agora, caberá ao nosso torcedor dar a resposta?, disparou Waldomiro Gayer Neto.
Diante desse quadro, não há previsão para início de obras. Tudo vai depender da aceitação e da mobilização da galera tricolor. ?Estamos colocando as idéias no papel e criando os meios. Mas, para que o projeto se realize será fundamental a mobilização da família paranista?, disse Gayer. Dentro de duas semanas, quando a campanha for lançada oficialmente, os dirigentes já terão uma estimativa de quando as obras poderão ser iniciadas. ?Até lá, já teremos conversado com os sócios de maior poder aquisitivo. A venda dos camarotes será o pontapé inicial para o sucesso deste projeto.?
Paraná espera definição na B
Reforços só a partir da próxima semana e na mesma linha das contratações realizadas na montagem do atual elenco. O Paraná Clube não vai fazer novas apostas em atletas muito jovens ou em ?medalhões?. Por isso, algumas transações já encaminhadas estão em ?banho-maria?, enquanto se espera o término da fase classificatória da Série B. ?A partir deste fim de semana, algumas situações podem clarear?, disse o diretor de futebol Durval Lara Ribeiro.
O técnico Luiz Carlos Barbiéri referendou os nomes que estavam sendo tratados pela diretoria (anteriormente, com o aval de Lori Sandri). ?Temos duas ou três opções para cada posição. A idéia é trazer pelo menos mais um meia-de-criação e um atacante?, explicou o vice de futebol José Domingos. ?Uma coisa é certa: quem chegar, estará em ritmo de jogo e pronto para entrar no time.?
A diretoria não abre o jogo em relação a nomes, mas é certo que os principais alvos são atletas da Segundona.
?Não há outro mercado disponível. Para repatriar jogadores, sai caro e não sabemos a real condição destes atletas. Por isso, prefiro apostar naquilo que estamos vendo?, justificou Vavá Ribeiro. O ?olheiro? do Paraná, Will Rodrigues, segue acompanhando os derradeiros jogos da Série B, que tem sua fase inicial terminando no próximo sábado. Como as rodadas de ontem e hoje definem muitas situações, a partir de segunda-feira podem pintar novidades na Vila.