São Paulo – O Palmeiras assumiu ontem censura à imprensa. A pedido da diretoria, desde domingo, a assessoria de imprensa do clube não deixa mais os jogadores responderem sobre salários atrasados e política interna nas entrevistas coletivas. ?Aqui, é só futebol?, informou, irritado, o assessor José Isaías.
A bronca de Isaías aconteceu quando trouxe Neto Baiano para a sala de imprensa, depois do treino de ontem. ?Todos a postos, vamos lá?, disse o assessor. ?Neto, você não acha complicado trabalhar com os salários atrasados??, perguntou um repórter. ?Olha, não posso falar sobre salários. Este assunto é com a diretoria?, respondeu o atacante, constrangido e cumprindo bem as ordens de Isaías.
?Mas com salários atrasados atrapalha, não é??, foi, novamente, questionado. Sem jeito, não soube o que falar. Isaías então, interveio. ?Olha, pessoal, ele só vai responder sobre futebol. Sobre o jogo de ontem, o treino de hoje e o jogo com o Vasco. Assunto administrativo é com a diretoria, financeiro, com o financeiro?, impôs as regras recebidas da direção o assessor.
?Então, traz o Palaia (Salvador Hugo, diretor de futebol) para falar com a gente. Pois só queremos saber dos salários?, pediu outro repórter. Sem dúvidas, Isaías retirou o atacante da sala. ?Então acabou a entrevista.?
Os dirigentes do clube impuseram a lei do silêncio aos jogadores após Edmundo e Juninho revelarem que nos últimos três meses o clube está depositando os salários alguns dias atrasados. A data correta é o quinto dia útil do mês. Sobre política, temem que alguma declaração possa atrapalhar na intenção de reeleição do atual presidente, Affonso Della Monica.
