A passagem de quatro meses e 18 jogos de Dória pelo São Paulo ainda não está resolvida. O zagueiro foi emprestado pelo Olympique de Marselha, da França, e chegou como reforço há um ano. Desde então, o clube paulista não pagou ao empresário Jolden Vergette o valor da comissão, segundo o agente, embora a equipe francesa tenha liberado o jogador sem cobrar nada.
O jornal O Estado de S.Paulo teve acesso aos contratos, assinados no começo de fevereiro de 2015. O acordo previa que o agente recebesse R$ 900 mil, valor que é praticamente o dobro dos quatro salários recebidos por Dória no período em que defendeu o São Paulo.
O zagueiro recebia R$ 113 mil por mês, sem contar direitos de imagem. O acordo da comissão era por pagamentos ao empresário em duas parcelas: uma em fevereiro de R$ 600 mil e outra, em abril, no valor de R$ 300 mil, com multa moratória de 5% por atraso sobre cada uma. Nenhuma foi paga, segundo o agente. “Ainda não recebi o pagamento. Estou tentando resolver com eles amigavelmente”, disse Vergette.
O São Paulo também confirma o atraso no pagamento e explicou que vive um processo de readequação financeira na nova gestão e tem buscado normalizar várias pendências.
Os contratos com Dória têm as assinaturas de quatro dirigentes e duas testemunhas. O presidente do São Paulo na época, Carlos Miguel Aidar, afirmou que a negociação foi malsucedida e admitiu não ter sido atento ao caso. “Foi tudo tocado pelo futebol profissional. Os contratos vêm prontos para assinar, já com a assinatura de todos e eu era o último. Então, nem me dei conta da comissão”, explicou.
O São Paulo afirmou que o valor se justifica porque Dória era disputado na época por outras equipes brasileiras. Segundo o clube, o empresário tinha a liberação do Olympique de Marselha para negociar o atleta. Na ocasião, a diretoria topou a vinda por considerar o jogador promissor e pela necessidade de ter um defensor canhoto. Dória está emprestado pelo time francês ao Granada, da Espanha.