Valquir Aureliano
Aurival Correia mantém discurso de que ainda dá pra não cair.

O presidente em exercício, Aurival Correia, se recusa a ?jogar a toalha?. Assim que o jogo terminou, foi ao vestiário tentar levantar o moral dos atletas, visivelmente cabisbaixos após a 16.ª derrota do Paraná Clube no Brasileirão. O resultado no Palestra Itália – 3 a 0 para o Palmeiras – colocou o Tricolor muito mais perto da Série B. Mesmo jogando contra os números, os dirigentes buscam manter um discurso minimamente otimista, por mais que a torcida paranista já não mais acredite em milagres.

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A diretoria se recusa a falar em planejamento para 2008 enquanto a situação da equipe na competição não for definitiva. ?Temos possibilidades matemáticas e por isso é nosso dever acreditar?, disse Correia. Até o momento candidato único à eleição de 7 de novembro, Aurival vê evolução no time desde a chegada de Saulo de Freitas, mesmo com duas derrotas em dois jogos sob o comando do técnico.

?Fizemos um bom jogo contra o Palmeiras, um dos times melhor colocados neste Brasileiro. Isso me dá a esperança de que possamos escapar?, disse Correia. Independentemente do que venha a acontecer nessa reta final da competição, o dirigente espera receber nas urnas o mesmo apoio que angariou junto aos conselheiros ao longo dos últimos anos. ?O Paraná tem hoje uma condição financeira estável. Garanto que o clube está preparado para enfrentar as dificuldades, mesmo que o pior venha a ocorrer?, comentou.

Aurival Correia admitiu que a atual administração cometeu erros ao longo deste Brasileirão e credita às sucessivas trocas no comando técnico a campanha ruim neste ano. Novamente, os números jogam contra o Paraná. Na 32.ª rodada, o clube ainda promoveu a estréia do garoto Jumar, chegando à marca dos 37 atletas utilizados na competição.

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E o momento do Tricolor é complicado também nos bastidores. Sobre essa questão, Aurival Correia prefere evitar comentários profundos. ?Estamos formando uma comissão de investigação. De nada adianta ficarmos falando sobre algo que ainda está sendo apurado?, disse o presidente, numa referência às suspeitas de irregularidades cometidas por José Carlos de Miranda em transações de atletas junto a empresários.

?Garanto que tudo será avaliado. Nosso torcedor e nosso associado terão conhecimento de tudo o que aconteceu e, se há culpados, eles irão pagar?, sentenciou Correia. Quanto à questão envolvendo Thiago Neves, o clube, segundo a LA Sports, desistiu de uma ação na Justiça para anular a venda do atleta para a Systema. Correia foi taxativo: ?Honramos aquilo que foi assinado.  A negociação ocorreu com a anuência de todas as partes e reconhecemos que a transação é legítima. Sei que não foi boa para o clube, mas isso é questão a ser investigada?, encerrou.

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Mesmo com inspiração do técnico e ex-matador, Paraná não faz gol há três jogos

Valquir Aureliano
Para Saulo, ansiedade atrapalha.

Saulo de Freitas é, até hoje, o maior artilheiro da história do Paraná Clube. Foram 104 gols marcados com a camisa tricolor. O ?Tigre? balançou as redes de todas as formas, até um antológico gol deitado, contra o Toledo, na Vila Capanema, em 1991. Após quase duas semanas de trabalho, o agora treinador não conseguiu transferir para os atletas o ?instinto matador? que norteou sua carreira de atleta.

?O Josiel perdeu algumas chances contra o Palmeiras e até um pênalti, no jogo anterior. Mas não podemos depender apenas do artilheiro para fazer gols?, disse Saulo, preocupado com o jejum de seu time. Já são três jogos seguidos sem marcar gols – um desses, ainda sob a direção de seu antecessor, Lori Sandri, num momento crítico da competição. ?A ansiedade atrapalha, pois chances foram criadas?, lamentou Saulo.

O treinador admitiu que as chances de sucesso nestas seis rodadas restantes são reduzidíssimas. Mas não quer falar sobre planos para o Paranaense e a Copa do Brasil, competições que o clube disputará no início do ano que vem. ?São três jogos em casa e três fora e a matemática nos permite acreditar?, comentou. Saulo destacou pontos positivos da última jornada, como as atuações de Jumar e Robson.

?Descobri dois bons jogadores, que estavam até esquecidos no elenco?, disse o técnico, que contra o Internacional não terá Márcio Careca, suspenso com três cartões amarelos.