Para o diretor-executivo de esportes do COB (Comitê Olímpico do Brasil), Marcus Vinicius Freire, a campanha dos atletas nacionais neste ciclo olímpico está dentro da expectativa e o Time Brasil tem tudo para ficar entre os dez mais bem colocados no quadro de medalhas no Rio. Confira entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada neste domingo, com o dirigente.

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Qual a previsão de medalhas do COB para os Jogos do Rio?

A meta não determina um mínimo de medalhas e sim uma colocação no quadro geral: o Top 10. A tendência dos últimos três anos é que essa classificação deva ser alcançada com algo abaixo de 27, 28 medalhas, que foi a referência de Londres-12 e Pequim-08. Existe uma tendência de maior distribuição de medalhas para os oito primeiros colocados, além de mais países subindo ao pódio, o que causa maior dispersão das medalhas. Então, pelos resultados internacionais dos últimos três anos, acreditamos que com 24 medalhas seja possível alcançar o Top 10 nos Jogos do Rio.

Qual avaliação do desempenho do Time Brasil no ciclo olímpico?

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Os resultados em mundiais estão dentro das expectativas do COB de alcançar a meta. Nos três primeiros anos do ciclo, o Brasil conquistou 67 medalhas em campeonatos mundiais ou equivalentes superando o mesmo período do ciclo anterior, quando teve 40 conquistas, considerando apenas as provas olímpicas. O final de 2015 foi mais promissor que o primeiro semestre do ano passado, que teve várias contusões em atletas de diversas modalidades. Recuperamos esses atletas, e o começo de 2016 está sendo positivo e dentro das nossas expectativas.

Os resultados mostram que os objetivos podem ser alcançados?

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Os resultados dos últimos anos indicam que estamos alcançando um dos nossos principais objetivos para chegar ao Top 10, que é o de aumentar o número de modalidades chegando ao pódio em Mundiais. Nos últimos três anos, o Brasil alcançou as primeiras colocações em 15 modalidades, o que vem ao encontro dos objetivos traçados no Planejamento Estratégico do COB, estabelecido em 2009.

Quais modalidades vêm se destacando?

Além das conquistas em modalidades em que o Brasil já conta com um histórico de bons resultados olímpicos, novos esportes chegaram ao pódio em campeonatos mundiais neste ciclo, como handebol, maratonas aquáticas, lutas e canoagem de velocidade. Além dessas, outras como o tiro com arco, polo aquático e tênis também alcançaram resultados expressivos em competições equivalentes aos mundiais. Também obtiveram resultados de destaque em competições internacionais, a canoagem slalom, o ciclismo, a esgrima, o levantamento de peso, o hipismo, o tênis de mesa e o tiro esportivo. Estamos com o alerta sempre ligado, acompanhando com atenção o desempenho de nossos principais atletas e equipes.

Como você avalia a previsão de medalhas da Infostrada (empresa holandesa de estatísticas que projetou que Brasil pode ganhar até 24 medalhas)?

Para o COB, o mais importante na avaliação desse tipo de estudo é perceber que modalidades nas quais o Brasil nunca foi ao pódio em Jogos Olímpicos começam a aparecer no radar dos sites especializados com possibilidades reais de medalhas. Isso prova que o nosso trabalho está caminhando na direção correta.