O diretor-executivo do Liverpool, Rick Parry, anunciou nesta sexta-feira (27) que vai deixar o cargo ao fim da temporada europeia, em junho, depois de 12 anos de trabalho, por causa de discordâncias com um dos proprietários do clube, o norte-americano Tom Hicks. O dirigente, de 54 anos, estava no cargo desde 1997, quando foi contratado para reformular o departamento de futebol, depois de cinco anos à frente da Premier League, a entidade que organiza o futebol inglês.
Sob seu comando, o Liverpool conquistou o título da Liga dos Campeões, numa eletrizante final contra o Milan, em Istambul, mas perdeu o Mundial de Clubes para o São Paulo, e não conseguiu acabar com o jejum de títulos no Campeonato Inglês, que vem desde 1992.
O problema, porém, não foi a falta de conquistas, e sim a dificuldade de relacionamento com Hicks, que assumiu o controle do clube em 2006, em sociedade com e George Gillett. Em abril do ano passado, Hicks – o mesmo que investiu no Corinthians e no Cruzeiro em 1999, com o fundo HMTF – pediu que Parry se demitisse, e nem mesmo o respaldo de Gillett à época foi suficiente para que Parry decidisse ficar.
“Foram 12 anos incríveis e estou orgulhoso do que foi alcançado pelo clube no período, e desejo tudo de melhor ao Liverpool no futuro”, disse Parry. “Queremos agradecer pelo compromisso e profissionalismo que Rick demonstrou nesse período”, afirmou Hicks, em nota oficial. “Ele é parte do sucesso de novo clube nos últimos anos”, completou Gillett.
O anúncio da saída de Parry aumentou as especulações sobre o futuro do técnico Rafa Benítez, que já reclamou da falta de autonomia que tem, em comparação com outros treinadores do futebol inglês, como Alex Ferguson, do Manchester United. O mais provável, no entanto, é que o espanhol cumpra seu contrato, até junho de 2010.