Diretor de futebol é o novo alvo das críticas da torcida

A derrota para o Náutico gerou protestos da torcida tricolor. Enquanto a Fúria Independente direcionou as críticas ao time e ao técnico Lori Sandri, um grupo de torcedores optou por outro alvo: o diretor de futebol Durval Lara Ribeiro, um dos responsáveis pelo grupo de investimentos. Um nome, aliás, refutado pelo próprio Vavá. ?Trata-se de um grupo de apoio, de ajuda ao Paraná Clube. Achei aquela reação de alguns torcedores ridícula?, desabafou Vavá Ribeiro.

A ?turma do amendoim? -como é conhecida a galera que freqüenta as sociais da Vila Capanema – se voltou para a tribuna de honra aos gritos de ?Não dá prá agüentar, o Vavá escalando o Paraná?. O dirigente prefere contabilizar a reação como sendo ?do futebol?. ?Quando a situação não é boa, tem que sobrar pra alguém. Mas, também é na dificuldade que surgem os fortes. E esse grupo vai virar o jogo?, assegurou o dirigente paranista.

Durval Ribeiro garantiu, também, que nunca interferiu em escalações. ?Temos treinador para isso. Nunca pedi a escalação desse ou daquele atleta?, disse Vavá. O vice de futebol José Domingos também saiu em defesa de Ribeiro. ?Estou no dia-a-dia do clube, nas viagens, nas concentrações. E nossos técnicos têm liberdade total para escalar quem eles bem entenderem?, assegurou. ?É só perguntar para aqueles que já passaram pelo clube?, desafiou.

Na visão de José Domingos -candidato da situação à presidência do clube para o próximo biênio -, sem o grupo de apoio, o Paraná não teria condições de montar um elenco competitivo. ?Hoje, é fácil criticar o time, pois o momento não é bom. Mas esse grupo já esteve no topo da tabela. A má fase vai passar?, garantiu. Do atual elenco paranista, apenas cinco foram contratados através deste grupo de empresários, ligados ao clube e que deram o aporte financeiro para as transações. São eles: Daniel Marques, Luís Henrique, Adriano, Vandinho e Josiel.

?Com esse formato, o Paraná conseguiu contratar os jogadores, evitando o que aconteceu em anos anteriores, onde, ao término da competição, todos foram embora sem dar retorno ao clube?, disse Vavá. Foi além, usando até um exemplo recente. ?Veja o caso do Dinelson. O Corinthians quis a volta do jogador, e pronto. O objetivo de contratarmos alguns atletas é para que o clube não fique na mão e que no fim consiga retorno financeiro para um dia não precisar de investimento externo?, analisou Vavá.

Nos últimos anos, o Paraná sempre necessitou de parcerias para a montagem de suas equipes. ?Só que, invariavelmente, o que sobrava para o clube era muito pouco, 20%, quando muito?, revelou Vavá. ?Com esse grupo, havendo uma negociação, 50% ficam nos cofres do Paraná. Além disso, do capital que entra, reinvestimos em outros jogadores. Não entrei nessa para ganhar dinheiro?, desabafou. ?Se alguém tiver idéia melhor, é só apresentá-la.?

Missão, agora, é escapar da degola

O maior temor dos paranistas transformou-se em realidade após 24 rodadas disputadas. Com mais uma atuação decepcionante e a 5.ª derrota em casa neste Brasileirão (um humilhante 4×2, para o limitado Náutico), o Paraná Clube mergulhou de cabeça na zona de rebaixamento. Ninguém consegue explicar a queda vertiginosa de uma equipe que chegou a liderar a competição e que por nove rodadas consecutivas se manteve na área de classificação à Libertadores.

Hora de apelar para a matemática e buscar os pontos necessários para, ao menos, escapar da degola. Por mais que os jogadores afirmem que o objetivo do grupo ainda é buscar uma vaga na Copa Sul-Americana, o torcedor já não crê em milagres. Com apenas 28 pontos, o Tricolor é o 17.º colocado, com um aproveitamento de apenas 38,9%. Pior que isso: nas últimas doze rodadas, quando o declínio da equipe se confirmou, o Paraná tem um rendimento de apenas 25%.

Uma dura realidade

para um clube que historicamente convive com dificuldades financeiras e tem uma das menores cotas de tevê dentre os integrantes da Série A, mas que, nos últimos anos, se notabilizou pela montagem de equipes competitivas, que na base da superação brigaram quase sempre na ponta de cima da tabela. Exceção feita à temporada 2004, que, nesse momento, passa até a servir de inspiração na tentativa de se evitar o pior.

Naquele ano, após passar grande parte da competição na zona do rebaixamento, o Paraná se safou com uma arrancada impressionante. Paulo Campos assumiu o clube restando 19 rodadas. Após 17 jogos e um aproveitamento superior a 60%, o Tricolor se manteve na elite nacional. A missão de Lori Sandri, na teoria, é menos complicada, mas nem por isso tranqüila. Considerando a necessidade de se chegar aos 47 pontos para não correr riscos, o Paraná precisa apresentar um rendimento de 45,24% nas rodadas restantes, superior inclusive à era Pintado.

Na prática, o clube precisa de algo como 5 vitórias e 4 empates, nos 14 jogos restantes. Destes, apenas seis são em casa (contra Corinthians, Fluminense, Flamengo, Internacional, Goiás e Santos). Na condição de visitante, vai encarar Sport, Atlético-PR, América-RN, Figueirense, Palmeiras, Atlético-MG, Botafogo e Vasco. O número mágico para seguir na Série A, porém, pode variar para cima ou para baixo. No ano passado, por exemplo, o Palmeiras se safou com apenas 44 pontos.

No entanto, o atual aproveitamento do Paraná é superior àquele conquistado pelo time paulista, mas mesmo assim o clube se encontra relegado ao inferno da zona de rebaixamento.

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