O diretor jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes, criticou nesta sexta-feira o que ele chamou de “assédio judicial” que pode fazer com que a Justiça comum defina os rebaixados no Campeonato Brasileiro. O dirigente reclama principalmente do fato de as ações interpostas por torcedores estarem espalhadas por todo o País.
“Existe esse assédio judicial. É evidente que essas ações que estão aparecendo pelo País são uma forma de cercear a defesa, porque se torna impossível se defender”, criticou Lopes, horas depois de a CBF perder a primeira batalha na Justiça comum.
Nesta sexta-feira, a 42ª Vara Cível da Comarca de São Paulo determinou que a CBF devolva os quatro pontos retirados do Flamengo no Brasileirão/2013, devido à suposta escalação irregular do lateral-esquerdo André Santos, contra o Cruzeiro, na rodada final da competição nacional. A liminar foi pedida pelo sócio rubro-negro Luiz Paulo Pieruccetti Marques, com base do Estatuto do Torcedor.
“Nós ainda não fomos intimados, eu tive apenas o conhecimento do assunto. Mas é um caso normal, que faz parte do dia a dia”, comentou o diretor da CBF, que defende: “A decisão do STJD é que tem que prevalecer”.
Mais cedo, o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Flávio Zveiter, também criticou a postura dos torcedores. “A propositura de ações pulverizadas na Justiça comum, questionando decisões unânimes tomadas pelo Pleno do STJD no dia 27 de dezembro de 2013, é um desserviço ao futebol brasileiro”, escreveu ele, em nota.
A Justiça comum também já recebeu pedidos de liminar para que a Portuguesa, que foi punida pela escalação supostamente irregular do meia Héverton diante do Grêmio, na última rodada, também recupere seus pontos. Apesar disso, Carlos Eugênio Lopes não teme pela realização do Brasileiro em 2014: “Não vou pensar sobre isso. Eu sou um otimista.”