Em 1991, o Paraná Clube trazia de Minas Gerais aquele que viria a se tornar o maior artilheiro da história do clube. Saulo, aos 23 anos, precisou de pouco tempo para conquistar o carinho da torcida. Com gols e uma personalidade irreverente, virou um dos ícones de uma era vitoriosa. Após 22 anos, o Tricolor investe suas fichas na busca por um novo goleador, e com DNA de craque. O filho do Tigre da Vila, Diogo de apenas 16 anos é uma das atrações na nova safra de revelações.
Com uma rápida passagem pelas categorias de base, o filho de Saulo “puxa a fila” em um novo projeto do Paraná, que tenta acelerar o processo de amadurecimento de seus jogadores da base. Na semana passada, Diogo assinou contrato com o clube. “Fiquei muito feliz com a oportunidade que está sendo dada ao meu filho. Acho que o jogador a partir dos 16 anos pode evoluir muito mais já estando inserido no grupo principal”, disse Saulo, que, mesmo tendo sido jogador e técnico do Paraná, deixou as tratativas para o ex-zagueiro Castro, representante de Diogo. “O caminho é esse. O Paraná não tem dinheiro para contratar. Então, é preciso revelar. O Santos já há algum tempo trabalha desta forma e tenho certeza de que dará tudo certo”, completou Saulo.
Após pendurar as chuteiras, Saulo trabalhou como auxiliar-técnico do Tricolor, voltado quase que exclusivamente na preparação dos atacantes. “O Márcio Nobre, naquele tempo, tinha muita dificuldade para dominar uma bola. A partir do nosso trabalho, evoluiu e construiu uma carreira de sucesso”, lembra o Tigre. “É claro que você não ensina o cara a jogar futebol. Mas é possível qualificar o jogador, melhorar seus fundamentos e, desta forma, transformá-lo em um artilheiro”.
Diogo já passa por esse processo no dia a dia com o pai. “Ele até passou pela base do Paraná. Só que com a preocupação com a equipe e com resultados trabalha-se muito pouco fundamento”, disse Saulo. “Comecei a prepará-lo individualmente, treinando ali no Jardim Botânico e vi uma evolução grande. Tudo o que passo pra ele é aquilo que aprendi com meu grande mestre Telê Santana. Atacante precisa estar é bem posicionado e saber finalizar”, disse Saulo. “Espero que ele faça muitos gols e, quem sabe, possa se transformar também em um grande ídolo do Paraná”, completa.
Diogo, falando com uma desenvoltura muito acima da média, garante que o fato de ser filho de um ídolo não assusta. “Acima de tudo, ele sempre foi um grande amigo. A gente sempre vê futebol juntos e ele me orienta em cada detalhe. Sei que se eu conseguir absorver tudo aquilo que ele me ensina, tenho grande chance de construir uma carreira vitoriosa”, disse Diogo. Além de atacante, ele também gosta de jogar no meio-campo, criando, batendo faltas. “Tenho muito o que melhorar, mas tenho tempo. Minha carreira tá só começando”, completa o menino, mineiro como o pai. “Não me preocupo com comparações. Sei que haverá uma pressão neste sentido, pois sei o que meu pai representou para este clube. Mas, tenho que saber conviver com isso”, disse Diogo. “Vou ter o meu estilo e espero que essa comparação me ajude a evoluir cada vez mais e a criar o meu próprio estilo. Quem sabe, assim, um dia não escrevo também a minha história no Paraná?”, arrematou o filho do Tigre da Vila.