Dinheiro em fundo falso na FPF

Os R$ 92 mil encontrados pela polícia na Federação Paranaense de Futebol (FPF) não estavam enterrados no quintal da sede, no Tarumã. O dinheiro estava em um fundo falso de um cofre na sala de contabilidade da entidade. Na tarde de ontem, o delegado Sérgio Sirino, titular do Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce), concedeu entrevista coletiva para esclarecer as informações divulgadas pela imprensa. ?Além do dinheiro, também havia cheques?, salientou o delegado.

Ele acredita que ainda é possível encontrar mais valores escondidos na sede da FPF. ?A arrecadação dos jogos era importante e ainda existia dinheiro referente a jogos, transferências de jogadores. De acordo com nossas investigações, muitos desses valores eram utilizados em benefício próprio do ex-presidente Onaireves Moura e de seus cartolas?, disse o delegado. Ele explicou que na sexta-feira, os policiais foram até a Federação fazer mais uma vistoria. Ao abrirem o cofre, perceberam que havia uma chapa de aço com parafusos. ?Batemos e o ruído era de que o local não estava oco. Então, resolvemos abrir e encontramos o dinheiro?, disse. ?Isto reforça ainda mais o inquérito e confirma que se trata de um esquema criminoso.?

Para ele, o dinheiro apreendido fazia parte do caixa 2 da FPF. ?Colhemos alguns depoimentos e descobrimos que este dinheiro não foi contabilizado e ainda não tinha destino. Tudo leva a crer que fazia parte do caixa 2.?

Continuidade

Segundo o delegado, após a prisão de nove pessoas, entre elas o ex-presidente da Federação, Onaireves Moura, no último dia 6, a polícia está investigando outros dirigentes da FPF. ?Como havia vários órgãos ligados, há indícios de que o esquema continuava mesmo com a saída de Onaireves.? Na semana passada, o presidente interino Aluízio Ferreira foi destituído. Ele também está sendo alvo das investigações. ?Só a utilização da Comfiar é um forte indício?, salientou Sirino.

Federação fica sem diretor de futebol

Julio Tarnowski Jr.

Valquir Aureliano/Arquivo
Almir Zanchi deixa o cargo após sete anos: ?Pra zelar o nome?.

O empresário Almir Zanchi não é mais diretor de futebol da Federação Paranaense de Futebol – FPF. O dirigente entregou ontem a sua carta de renúncia ao presidente da entidade, Hélio Pereira Cury. ?Dei a minha contribuição ao futebol paranaense. Como não temos mais campeonatos profissionais neste ano, achei melhor deixar o cargo?, disse Almir Zanchi, responsável também pela organização da Recopa Sul-Brasileira que será realizada em dezembro. O nome do novo diretor de futebol da FPF deverá ser anunciado nos próximos dias.

Segundo Zanchi, sua intenção agora é se dedicar à sucessão no Coritiba. Ligado ao grupo de Evangelino Costa Neves, o ex-diretor da Federação integra a chapa de oposição liderada por Domingos Moro.

Questionado se os problemas envolvendo os ex-dirigentes da Federação tinha influenciado na sua decisão de sair da entidade, Zanchi foi taxativo. ?Tenho família, sou empresário conhecido no Estado – ligado ao setor de carnes – e tenho um nome a zelar. E esse ?tiroteio? envolvendo o Moura (Onaireves) e assessores estavam atrapalhando?, disse Zanchi, que assumiu o cargo de diretor de futebol da FPF em 2000. ?Fui indicado pelo Evagelino. Me licenciei em 2005, quando fui trabalhar com o Gionédis (Giovani) no Coritiba. Voltei para a federação em 2006?, completou afirmando depois que ?sua área era técnica?. ?Não mexia com as questões administrativas e financeiras da entidade?, afirmou o ex-dirigente que não descarta também, num futuro próximo, a sua volta a entidades esportivas. ?Quem sabe junto à CBF – Confederação Brasileira de Futebol?, finalizou.

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