O aniversário do Paraná Clube será apenas em dezembro, mas o “inferno astral” chegou com toda a força. Em uma semana tensa, com direito à saída de Zetti (que detonou críticas à política do clube) e a contratação de Sérgio Soares, uma nova ducha fria desabou na cabeça dos torcedores paranistas.
Dinelson está deixando o Tricolor, não para atuar por outro clube, mas para se submeter a nova cirurgia, agora no joelho esquerdo. Inconformado com sua condição clínica e física, o meia decidiu por este caminho, que resultará em quatro meses longe dos gramados.
“Não dá mais para seguir. As dores voltaram com intensidade e, assim, não tô conseguindo treinar”, explicou o jogador, que por não poder se aplicar totalmente nas atividades físicas, acaba sem condições para atuar 90 minutos. “Pensei muito sobre isso, conversei com amigos e familiares. Ainda tenho 23 anos e uma carreira pela frente! Então, é melhor parar agora e voltar com tudo no fim do ano”, comentou.
Dinelson sofre de uma tendinose grau 1. Problema no joelho esquerdo, reflexo de treinos mais puxados, ainda no Corinthians, onde havia operado os ligamentos cruzados do joelho direito.
O departamento médico do Paraná não se pronunciou a respeito da questão, já que a opção pela cirurgia partiu do próprio jogador. Como Dinelson pertence ao Avaí, os laudos foram encaminhados aos médicos do clube catarinense.
“Estamos definindo a questão, mas ele será devolvido ao Avaí”, disse o presidente Aurival Correia, que passou a tarde de ontem reunido com Luiz Alberto Martins de Oliveira Filho definindo essa questão. “Dinelshow” era apontado como a principal contratação do Tricolor na sua luta pelo retorno à Série A.
“Fico chateado porque vim pra ajudar e não consegui”, lamentou o jogador. Dinelson atuou apenas cinco vezes pelo Tricolor, sempre entrando no segundo tempo. Fez um gol na estreia, frente ao Vasco, enchendo o torcedor de esperança. Mas, nas partidas seguintes pouco rendeu.
Há dois anos, o meia não consegue iniciar uma partida como titular. “Venho convivendo com essa dor. Ela não me impede de jogar, mas não deixa que eu jogue 100%. Isso acaba me desgastando”, desabafou.
“Quando cheguei aqui, estava muito bem e achei que o problema estava superado, mas com a sequência de treinos, tudo mudou. Ajudei até onde deu, mas, agora, só operando.”
Aurival Correia admitiu que a contratação era de risco e que o contrato já previa uma situação como essa. Dinelson isentou o departamento médico do clube de todo esse quadro.
“Eles são muito bons e não têm nada a ver com isso. O dia-a-dia fez com que as dores voltassem e com isso minha performance caiu. Então, a decisão de buscar esse novo caminho e a cirurgia foi exclusivamente minha”, arrematou o jogador, que nos próximos dias oficializará seu desligamento, retornando ao Avaí, clube ao qual está vinculado.