Um grande desafio está diante da nova diretoria vascaína, encabeçada pelo presidente Roberto Dinamite. Depois de décadas de gestão dominada por Eurico Miranda, Dinamite herda um clube com cerca de R$ 250 milhões em dívidas e sem dinheiro para quitar sequer os salários dos jogadores no fim do mês.

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"O Vasco está zerado, não há dinheiro nenhum em caixa", admitiu Roberto durante entrevista coletiva em São Januário, nesta quarta-feira (2), em seu primeiro dia como presidente do clube do qual foi ídolo maior. "Teremos que encontrar parceiros para pagar os salários de todos no fim do mês".

E aí começam os problemas. As cotas de TV deste ano e do ano que vem já foram gastas ou estão comprometidas pela administração anterior. "Realmente a situação é crítica. O ideal seria termos isso à disposição, mas temos pessoas sérias e daremos a volta por cima. Implantaremos uma gestão profissional e isso não voltará a acontecer".

O ex-atacante procurou ser diplomático ao se referir à antiga administração até porque diz que precisará manter um bom diálogo com os ex-dirigentes nestes primeiros dias a fim de se colocar a par dos principais problemas do clube, das dívidas e dos contratos em vigor. "Não sabemos de nada a respeito dos contratos de patrocínio, por exemplo. Vamos precisar do auxílio da antiga diretoria, neste primeiro momento".

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Ainda segundo Roberto, apenas depois dessa conversa inicial ele avaliará a necessidade de se fazer uma ampla auditoria no Vasco, para levantar todos os dados.

Durante muitos anos, o clube da Cruz de Malta ficou sem patrocinadores, em parte por conta da figura de Eurico e da falta de confiança em sua gestão. Agora, Dinamite espera ser a figura que vai atrair novos interessados em associar sua imagem com o Vasco. "Já temos novos parceiros interessados. Vivemos uma dura situação, mas trazemos credibilidade. Vamos equilibrar as contas, fazer um planejamento para os próximos três anos (mandato de Roberto)".

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Sobre o time de futebol, o presidente – que acumula por enquanto o cargo de vice-presidente de futebol – adiantou que o técnico Antônio Lopes manterá a posição e que o elenco sofrerá poucas mudanças nos primeiros dias. "Já conversei com o Lopes e temos carências em algumas posições. Vamos tentar reforçar o time de maneira responsável, sem loucuras. Esse será o elenco que vai nos levar ao restante do Brasileiro".

Mas Roberto anunciou que uma das primeiras iniciativas da nova diretoria será criar um programa para atrair ao clube antigos e novos sócios, até como uma forma de criar um mínimo de receita rapidamente. "O número de sócios pagantes que nós temos hoje é tão irrisório que chega a ser vergonhoso", disse, sem especificar o valor.

Dinamite sonha aplicar um programa semelhante ao usado pelo Internacional, de Porto Alegre – que possui mais de 40 mil sócios em dia com o clube.