Depois do protesto de professores grevistas que atrapalhou o deslocamento do ônibus da seleção brasileira, na última segunda-feira, no Rio, a presidente Dilma Rousseff determinou que as Forças Armadas se façam presentes, de forma ostensiva, nos 15 Estados onde serão realizados jogos da Copa ou onde houver seleções estrangeiras hospedadas. Ela quer a presença física de soldados do Exército nos trajetos por onde as autoridades e as delegações passarão, nos arredores dos diversos centros de treinamento, a exemplo da Granja Comary em Teresópolis, no perímetro dos hotéis onde os visitantes estiverem hospedados e nas ruas das cidades, onde for conveniente os militares estarem à mostra.

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Dilma quer que os militares sejam visto na maior quantidade de pontos possíveis pela população, para funcionar como poder dissuasório, desestimulando qualquer tipo de aventura de baderneiros. Quer também dar “sensação de segurança” à população em geral, aos torcedores e às autoridades. “Quero que as Forças Armadas apareçam. Que tenham visibilidade”, determinou a presidente, segundo informações obtidas pela reportagem. A ordem da presidente é que “todos vejam o Exército nas ruas e se sintam seguros”.

A presença destes militares nas ruas está coberta, legalmente, por um instrumento já assinado pela presidente Dilma e publicado no Diário Oficial de segunda-feira, que está sendo chamado de “GLO preventiva”, que dá o poder de as Forças Armadas agirem para dar Garantia à Lei e à Ordem (GLO).

Só que, neste caso, por ser um instrumento preventivo, os militares sairão às ruas para dar proteção à população, às autoridades e aos atletas, mas não poderão agir com poder de polícia – ou seja, não podem prender, nem atirar, a não ser em sua própria defesa. Para ter este poder de polícia, o governador do Estado terá de pedir, oficialmente, a presença do poder federal, alegando impossibilidade de resolver o problema com seu contingente policial.

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O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, chegou a falar em pedir uma nova participação do Exército na segurança, além do que já ocorre no Complexo da Maré. Mas, até o início da noite desta quinta-feira, ele não havia concretizado o pedido. O Estado do Rio Grande do Norte, que estava enfrentando problemas de segurança e na sua polícia, está discutindo o pedido com o governo federal.

Apesar de o ataque ao ônibus da seleção ter desencadeado a ampliação da atuação das Forças Armadas, como reforço à Polícia Federal e Polícia Militar, “esta disponibilização de reforço em nada altera as competências e funções dos entes responsáveis pela segurança da Copa, já definidas no Plano Operacional”, asseguraram os ministérios da Justiça e da Defesa, em nota, acrescentando que “o planejamento de segurança para a Copa” está sendo feito de forma “integrada e coordenada entre as forças de segurança”.

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O objetivo da nota dos ministérios foi aplacar a ira da Polícia Federal, que não gostou das notícias publicadas de que o Exército assumiria suas funções. Até agora, não há nenhuma disposição do Planalto de alterar os comandos. No momento, apenas foram disponibilizados “os efetivos complementares das Forças Armadas para reforçar áreas de interesse operacional”. A previsão é que os militares fiquem nestes postos, em sistema de revezamento, até o dia 20 de julho, uma semana depois do fim da Copa.