O torcedor corintiano interessado em saber o planejamento do clube para a próxima temporada terá dificuldades para saber algo relevante. Na entrevista coletiva após a derrota por 2 a 1 para o Cruzeiro, o técnico Fábio Carille se recusou a comentar o que diretoria e comissão técnica estão pensando para 2020.

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O treinador tem contrato até o fim do ano que vem e a direção garantiu sua permanência no cargo. “Já começamos o planejamento, já falamos sobre isso. Chega agosto, setembro, é normal começar a ver o outro ano. Já falei o que penso das nossas carências, não vou repetir novamente, a diretoria concorda, e estamos trabalhando em conjunto para melhorar”, afirmou Carille.

A impaciência do treinador vem pela péssima sequência do time na temporada e também pela dificuldade financeira enfrentada pelo Corinthians. Em campo, são cinco jogos no Campeonato Brasileiro sem vitórias, com a vaga para a Copa Libertadores de 2020 começando a ficar ameaçada.

Fora dele, o déficit anual passa dos R$ 100 milhões, sem contar a dívida para pagar a arena. A Caixa Econômica Federal cobra na Justiça R$ 536 milhões referentes ao financiamento que não está sendo pago desde março – há ainda um valor milionário a ser pago para a Odebrecht.

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Todos esses problemas, de certa maneira, contribuem para a permanência de Carille no comando da equipe. Sem dinheiro, o clube não tem como pagar a multa rescisória ao treinador e também teria dificuldades para contratar um substituto renomado. A busca por reforços caminha, mas caminha lentamente. No início do mês, o clube acertou com o atacante Matheus Davó, de 20 anos, que defende o Guarani na Série B.

ELENCO – A atual temporada mostra que apostar em jovens não será suficiente para poder brigar de igual para igual com Flamengo e Palmeiras. O time não tem um lateral-esquerdo em condições de ser titular. Danilo Avelar e Carlos Augusto demonstraram em inúmeras oportunidades a falta de qualidade técnica.

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Carille, em entrevistas anteriores, disse que sente falta de um meia que chegue mais na área e chute no gol. O treinador cobra especialmente que Mateus Vital e Pedrinho façam essa função. A função de camisa 9 também segue sem um dono. Gustavo deixou há tempos de justificar seu apelido de Gustagol e Boselli e o treinador parecem não se entender muito bem.

Para os jogos que restam no Campeonato Brasileiro, Carille disse que os jogadores precisam melhorar fundamentos básicos como o passe, por exemplo, e também pressionar mais o adversário. Nos últimos dois jogos ele apostou em uma equipe diferente da que vinha jogando. “Minha ideia é fazer um time mais leve, com Pedrinho, Vital e Janderson, que chegue mais na área, era o objetivo das mudanças que fizemos”, disse.

O Corinthians chega para a reta final do torneio com o objetivo de conquistar uma vaga na Libertadores. “Sei que trabalho muito, meu grupo trabalha demais. Mesmo com tantas dificuldades ainda estamos na parte de cima. Se melhorar, vamos continuar em cima e conseguir nosso objetivo”.