A briga pelos ingressos para o clássico de sábado entre Paraná Clube e Coritiba promete esquentar e pode até parar na Justiça. Diferentemente do Alviverde e do Atlético, que unificaram os preços de setores equivalentes no Couto Pereira e na Baixada, o Tricolor vem cobrando 100% a mais para os visitantes e pretende manter essa cobrança diante do rival. De acordo com a diretoria do clube da Vila Capanema, a diferença está numa ?promoção? que é feita para os paranistas. Assim, enquanto quem torce pelo Paraná paga R$ 10 no setor mais em conta, o coxa-branca terá que desembolsar R$ 20 para ter o mesmo conforto ou menos.
?A definição dos preços dos ingressos é um entendimento da diretoria. Estamos fazendo uma promoção para o torcedor do Paraná?, explica Valdomiro Gayer Neto, vice-presidente financeiro do Tricolor. De acordo com ele, já houve uma redução de preço para os visitantes a pedido da coordenação de Defesa do Consumidor do Ministério Público. ?Baixamos em 100%
a pedido do MP. O valor está muito mais baixo. Por mim, faria a R$ 50?, aponta o dirigente paranista, que comparou o valor cobrado dos visitantes na Vila Capanema e no Couto Pereira.
No entanto, no Alto da Glória, torcedores do Coritiba e visitantes em setores equivalentes pagam a mesma coisa. Na Vila, os visitantes ficam numa curva que tem uma visibilidade inferior à reta do relógio, apesar do valor cobrado de torcedores das outras equipes ser maior. Por isso, hoje, a Império Alviverde vai procurar a diretoria do Coxa para discutir o assunto. ?Se eles não tomarem nenhuma posição, tomo eu. Isso fere o Código de Defesa do Consumidor e é passível de se entrar na Justiça para ser ressarcido em dobro?, analisa Luís Fernando Corrêa, presidente da entidade.
Jurisprudência para isso, a Império já tem. No ano passado, o Avaí aumentou para R$ 50 os bilhetes dos visitantes quando soube que a torcida alviverde iria invadir Florianópolis. ?Entramos contra o Avaí, conseguimos uma liminar favorável ao nosso torcedor e os preços baixaram para R$ 20. Quem pagou R$ 50 ainda tenta conseguir o dinheiro pago a mais de volta?, relembra. Segundo o diretor jurídico do Coritiba, Gustavo Nadalin, as duas diretorias devem resolver a questão politicamente, mas o Coritiba tem instrumentos para tomar as medidas legais cabíveis para manter a isonomia de preços.

