Diego Lugano deixou as últimas páginas de sua passagem pelo São Paulo em branco. Tudo porque ele ainda vai decidir se realmente vai pendurar as chuteiras e, caso opte por isso, tem a possibilidade de atuar no clube como dirigente, fazendo a ponte entre os jogadores, comissão técnica e diretoria. Por isso, pode não ser um adeus, mas um até logo.
“Tem muitos exemplos de esportistas que decidiram parar, mesmo estando fisicamente bem, e quase todos voltaram ao esporte porque se arrependeram. Preciso de mais tempo para ver o que tenho necessidade, pois não tive tempo de pensar nisso agora por causa da intensidade dessa reta final do São Paulo”, comentou.
“O São Paulo se aproximou um pouco para falar disso, mas eu não consegui pensar nisso ainda, até pelo nosso momento. Obviamente, se não paro hoje (domingo), vou parar em seis meses ou um ano. Neste momento quero desfrutar o que estou vivendo, ter sensações e daqui uma semana, longe do barulho, vou pensar melhor no assunto”, continuou o uruguaio.
O jogador se mostrou emocionado o tempo todo, justo ele que não costuma chorar em público, como ele mesmo já disse. “É impossível transmitir com palavras um sentimento que nunca tinha sentido na minha vida. Cheguei novo aqui, com muitos sonhos e defeitos, e agora tenho uma sensação de plenitude total”, afirmou o zagueiro, que foi titular contra o Bahia na única chance que teve de jogar sob o comando do técnico Dorival Junior.
“O que mais fica é esse último momento. Na hora das glórias e comemorações, sempre tem gente dando tapinha nas costas, mas no ano complicado foi quando apareceu a essência do são-paulino e um ressurgimento da identificação com o torcedor, com todos sendo parte das vitórias e das derrotas. Esse ano será um ponto de mudança no São Paulo e vai trazer cada vez mais identificação e paixão”, explicou.
Lugano fez 213 partidas com a camisa do São Paulo e foi o quinto estrangeiro que mais atuou, atrás de Poy, Darío Pereyra, Pedro Rocha e Pablo Forlán. Após a partida, ele ganhou um quadro com uma camisa autografada por todos os atletas do presidente Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, e do diretor Vinicius Pinotti. “É um momento de despedida e tenho de ressaltar tudo que ele significa para o São Paulo. Ele é um símbolo que representa o que é honrar a camisa”, disse Leco.
O jogador teve duas passagens pelo São Paulo e conquistou cinco títulos: Campeonato Paulista, Copa Libertadores, Mundial de Clubes da Fifa, Campeonato Brasileiro e neste ano a Florida Cup. Pela seleção uruguaia, disputou duas Copas do Mundo (2010 e 2014) e foi campeão da Copa América em 2011, em plena Argentina. Disputou 97 partidas na seleção celeste, tendo o recorde de ter sido capitão em 87 oportunidades.