São Paulo – Tudo deu certo no treino da seleção brasileira de ginástica artística de ontem, no Ibirapuera. E Diego Hypólito deixou o tablado decidido a tentar incluir no Código da Federação Internacional de Ginástica (FIG) uma acrobacia com o seu nome, como tem Daiane dos Santos.

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 ?O Hypólito é o duplo twist carpado, um elemento comum na ginástica masculina, mas com uma pirueta no segundo mortal (no eixo longitudinal ao quadril). Eu venho treinando esse salto há uns dois anos, mas só após o treino decidi apresentar. Ainda tenho um pouco de medo, se acontecer de errar é conseqüência, mas quero fazer?, afirmou Diego, de 20 anos, dono das medalhas de ouro e prata nos dois últimos mundiais (2005 e 2006) no solo.

Diego vai apresentar o salto, que pretende ver batizado como Hypólito, no domingo, às 16h – a prova de solo abre a Super Final da Copa do Mundo no sábado.

Ainda no programa do sábado estão o salto e as barras paralelas assimétricas, no feminino, o cavalo e a argola, no masculino. No domingo, as provas serão disputadas a partir das 14h, com trave e solo, no feminino; salto, barras paralelas e fixa, no masculino. O solo terá as três brasileiras: Daiane dos Santos, Laís Souza e Daniele Hypólito.

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O técnico Renato Araújo vai apresentar o novo movimento ao júri da FIG ainda nesta quinta. ?É um movimento que não tem no código?, esclareceu. Em uma reunião, os árbitros vão decidir quanto valerá o salto na série. ?Acredito que valerá 6 décimos na nota de partida, que deve ser de 16,70?, explicou Renato.

Diego acrescentou que o ginasta tem de ?falar que o vai fazer, executar e acertar? e só então a FIG poderá homologar o elemento como Hypólito. ?É legal, seria fazer história na ginástica.?

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Diego já fez o ?Hypólito? no campeonato brasileiro, em agosto, em Goiás, mas uma competição nacional não pode ser considerada para efeito de homologação de novos exercícios. O ginasta acredita que pode tentar o título no solo ?e beliscar uma medalhinha no salto?, e só competirá com uma botinha de esparadrapo como segurança – após quebrar o pé direito no ano passado, esse ano venceu um problema no pé esquerdo (rompeu três ligamentos), com muita fisioterapia e ajuda médica.

Diego disse que está eufórico por competir em São Paulo. ?Se sente mais estimulado do que pressionado? e entende toda a cobrança que o público faz por medalha. ?A torcida é calorosa, me sinto bem e vou me concentrar independente do que as pessoas gritarem. Acho que a cobrança significa dizer que acreditam em mim.?

As chinesas, tendo como destaque do grupo Fei Cheng, ganhadora de duas medalhas de ouro, no salto e no solo, no Mundial da Dinamarca, em setembro, apareceram para treinar ontem, mas não conversaram com os jornalistas.

Confusão quase complica a Super Final

São Paulo – A Super Final da Copa do Mundo de Ginástica Artística, que reunirá os oito melhores atletas do mundo por aparelho em São Paulo, no sábado e domingo, esteve ameaçada de voltar à idade da pedra. Isso porque os equipamentos eletrônicos, que incluem sistema de pontuação, computadores e câmeras de vídeo, estavam detidos desde sexta-feira na Alfândega do Aeroporto Internacional de Guarulhos. Mas foram liberados ontem e o torneio escapou do vexame de ser realizado de forma manual, com caneta e papel.

O imbróglio levou Vicélia Florenzano, presidente da Confederação Brasileira de Ginástica (CBGin), à loucura, já que para trazer a Super Final para São Paulo, de acordo com a dirigente, houve investimento de R$ 800 mil – montante dividido entre os governos estadual e federal, além da patrocinadora Caixa. ?A notícia foi assustadora. O sistema manual é da idade da pedra?, contou ela.

Vicélia fez um desabafo. ?Como alguém pode mandar oito toneladas de pecinhas como lâmpadas, teclados, placar de notas, sem licença, sem nada? Eles (a Longines) precisam respeitar as leis do Brasil. Não podemos rasgar nossas leis. A culpa não foi nossa.?