Santos – A venda de Diego para o Porto será anunciada oficialmente hoje. Ontem, dirigentes dos dois clubes passaram a tarde discutindo a transação, fechada quando o clube português aumentou sua oferta pelo meia em 1 milhão de euros e o Santos concordou em ceder um de seus principais jogadores ao clube português, por 7 milhões de euros. O assunto, porém, ainda iria passar pela aprovação do Conselho Deliberativo, em reunião marcada para ontem à noite.
Marcelo Teixeira ainda tentou cobrir a proposta e ficar com a outra metade dos direitos federativos do atleta, mas Diego e seu pai se mantiveram firmes na decisão de o jogador se transferir para a Europa, o que irritou o presidente santista, depois de quase três horas de negociações. O presidente deixou o local da reunião sem falar com os jornalistas e sem esconder sua irritação. Saiu e os representantes permaneceram aguardando a chegada de um documento aceitando o pagamento à vista e não em cinco parcelas como pretendiam os portugueses.
Já Djair Cunha comentou, ao sair, que “não é que o presidente Marcelo Teixeira queira ou não; chegou o momento”.
Antes dessa reunião, o presidente santista estava disposto a comprar metade dos direitos federativos que pertencem ao pai e procurador de Diego, Djair Cunha, mas não teve sucesso. Chegou a cobrir a oferta do clube português e a proposta não foi aceita, o que o fez deixar o local por volta das 14h.
A mesma posição ele já tinha mantido há um ano, quando o Tothenham propôs US$ 12 milhões para levar o jogador. Teixeira não aceitou e acabou fazendo acordo para a prorrogação do contrato do meia, que teve sua participação nos direitos federativos elevada de 40 para 50%. Se Diego tivesse sido vendido naquela oportunidade, o clube ficaria com US$ 7,2 milhões, bem mais que os US$ 4,4 milhões que receberá agora.
NO CT
Diego, que também deixou a reunião sem falar com os jornalistas, como já tinha feito pela manhã, se apresentou no CT Rei Pelé normalmente, mas não vestiu o uniforme de treino. Passou cerca de 15 minutos conversando com os colegas, como sempre brincou bastante com Robinho, seu melhor amigo, e depois passou mais 20 minutos em uma reunião com o técnico Vanderlei Luxemburgo. Ele procurou o treinador para pedir dispensa do treino para se reunir com o presidente Marcelo Teixeira para definir de vez sua situação no clube.
“Ele está bem centrado e com a cabeça preparada para definir as coisas, se ele fica ou não no Santos”, disse o técnico.
Na conversa, mais uma vez expôs sua opinião ao jogador. “Se fosse eu, com 19 anos e jogador de seleção que está buscando espaço, investiria mais no futebol brasileiro, mas isso depende da cabeça de cada um”, comentou Luxemburgo.
O treinador considera o momento do futebol nacional, com os maiores jogadores atuando no exterior como um motivo a mais para Diego permanecer mais algumas temporadas no Brasil. “A mídia precisa de novos talentos, de novos ídolos e jogar mais alguns anos aqui iria valorizá-lo muito mais do que agora.” Lembrou que Diego joga num time que luta para conquistar o Brasileiro e para disputar a Libertadores do ano que vem.
“Isso dá uma visibilidade muito grande ao jogador que busca o espaço perdido na seleção e que dificilmente encontrará essa condição no futebol europeu.”
Mas Luxemburgo voltou a lembrar que permanecer no Santos ou se transferir para o Porto era uma opção do jogador. “Ele pode se contundir ou não ter uma proposta do mesmo nível e ficar sem esse dinheiro que receberia agora. É um risco que cada um avalia se vale a pena correr”, completou. Como o jogador estava servindo à seleção que disputou a Copa América, deve ficar de fora no jogo de amanhã contra o Coritiba, na Vila Belmiro.
