Diego aproveita para conquistar seu espaço na seleção brasileira

Quando Diego e Robinho surgiram no time do Santos, campeão brasileiro de 2002, muitos apostavam que o meia teria sucesso mais rápido na seleção brasileira que o atacante. A aposta não se confirmou. O vasto repertório de dribles de Robinho sempre se mostrou mais útil do que o ritmo cadenciado de Diego no meio-de-campo. E ainda havia Ronaldinho Gaúcho e Kaká, concorrentes de peso pela vaga de armador do time do técnico Dunga.

Mesmo assim, Diego nunca desistiu de repetir na seleção o brilho mostrado na Alemanha com o Werder Bremen – fez 18 gols e deu 14 assistências em 42 jogos na última temporada, chamando a atenção dos maiores clubes de Inglaterra, Itália e Espanha. E ele garante que ainda tem muita coisa a mostrar com a camisa do Brasil.

"Este gol contra o Canadá me trouxe mais confiança, tranqüilidade e mais vontade de trabalhar. Espero que as coisas sejam ainda melhores nos próximos jogos", disse Diego, que abriu o caminho da vitória brasileira no amistoso do último sábado, disputado em Seattle, nos Estados Unidos – o Brasil fez 3 a 2 na seleção canadense.

Presente nas últimas dez convocações de Dunga, mas quase sempre como reserva, Diego sabe que esta é sua maior oportunidade de finalmente mostrar valor com a camisa 10 da seleção brasileira. Sem Kaká e Ronaldinho Gaúcho, ambos contundidos, e contando com a ajuda do amigo Robinho, ele tem tudo para ser novamente titular no amistoso contra a Venezuela, sexta-feira, em Boston, e também nos jogos contra Paraguai e Argentina, dias 15 e 18 de junho, pelas Eliminatórias da Copa.

Mais do que isso: como ainda tem só 23 anos, Diego é nome certo na lista dos jogadores que defenderão o Brasil na Olimpíada de Pequim, em agosto. Será um dos mais experientes do elenco, atrás apenas dos três jogadores que podem ser convocados acima da idade limite de 23 anos – provavelmente um goleiro (Julio Cesar), um zagueiro (Juan) e Robinho.

"Claro que eu quero muito jogar a Olimpíada, até porque já tive uma chance e não deu certo", disse Diego, lembrando do fracasso no Pré-Olímpico de 2004, quando o Brasil chegou como favorito, mas não levou a vaga para os Jogos de Atenas.

Bem mais rodado agora, Diego vê os jogos contra Paraguai (dia 15, em Assunção) e Argentina (dia 18, em Belo Horizonte) como verdadeiras provas de fogo. "O que a gente precisa fazer agora é recuperar a parte física para essas partidas", afirmou o meia, mostrando maturidade. "Estávamos havia dez dias parados (por causa das férias no futebol europeu), sem treinar, só dando uma corridinha aqui e outra ali até enfrentar o Canadá, um jogo duro, num campo não tão bom. Foi difícil, mas o saldo foi positivo."

O gol de Diego, o primeiro da vitória brasileira sobre o Canadá, foi o seu segundo em 23 jogos pela seleção – marcara antes só no empate em 1 a 1 com a Inglaterra, em amistoso realizado em Londres, há exatamente um ano. Contra os canadenses, o passe para a feliz conclusão veio de Robinho. "A gente se conhece faz tempo e tem entrosamento. Ele fez uma ótima jogada pela esquerda e eu fui feliz na finalização", admitiu o meia.

Diego saiu tão contente com sua atuação que nem se importou de ter sido substituído no final do jogo. "Dava para ter ficado em campo os 90 minutos, mas acho que temos mais é que aproveitar o grupo mesmo, colocar todos pra jogar. Minha intenção é participar. Entendi a substituição e saí tranqüilo", explicou o jogador.

Mas Diego fica injuriado quando alguém diz que ele já teve chances demais na seleção e nunca soube aproveitá-las. "Dizer que as coisas não correram bem para mim na seleção não é correto Aqui, estão reunidos os melhores, e ser reserva é conseqüência do trabalho de alguém que está melhor."

Nesta segunda-feira, Diego, Robinho e os demais titulares que enfrentaram o Canadá foram liberados do treino no Gillette Stadium, em Boston, palco do amistoso de sexta-feira com a Venezuela. Eles ficaram no hotel, fazendo musculação. Assim, só os reservas treinaram no campo.

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