São Paulo – Uma reunião entre a diretoria do São Paulo e o técnico Cuca, que será realizada hoje, deve servir para que as duas partes “lavem a roupa suja” e aparem as arestas que estão se tornando cada vez mais freqüentes. No sábado, o treinador reclamou que não podia contar com Jean, porque a diretoria não conseguia resolver o problema jurídico que cerca a contratação do jogador. Falou também que estava cansado de explicar, sozinho, derrotas nos minutos finais das partidas. Recebeu respostas irônicas de Juvenal Juvêncio, diretor de futebol. “Ele deve reclamar da Justiça e não da diretoria. E, além disso, diretor de futebol não joga bola e por isso não pode explicar gols nos minutos finais de jogo.”
Cuca já teve outros atritos com diretores. Não se dá com Marco Aurélio Cunha, supervisor de futebol. Irritou-se muito com ele, quando o São Paulo foi enfrentar o Once Caldas, na Colômbia, porque Marco Aurélio Cunha disse que Luís Fabiano estava bom para o jogo. Que a contusão do jogador, que Cuca dizia ser dúvida para o jogo, era apenas jogo de cena. Não gostou também de Marco Aurélio dizer que Rondón estava sendo contratado.
A enorme bandeira do Japão, colocada, sob ordens do diretor de marketing Márcio Sanzi, no Morumbi, antes do primeiro jogo contra o Once Caldas pela Libertadores, também deixou Cuca nervoso. Ele acha que a bandeira pode ter incentivado os colombianos no jogo. O presidente Marcelo Portugal Gouvêa também se irritou com o diretor de marketing e, pelo menos nisso, concordará com Cuca.
Reforços
A falta de reforços é outro motivo de nervosismo de Cuca. Antes da Libertadores, ele pediu a contratação do volante Fabinho, do Corinthians, e do meia Adriano, do Atlético-PR. Disse que, com eles, venceria a competição. Agora, tem pedido a contratação de um meia e de um lateral. Uma nova ala-esquerda, que defende e apóie. Pediu Júnior, do Siena, e Serginho, do Milan. A diretoria é inflexível e diz que não gasta o que não tem. E Cuca, irritado, escala juniores. São assuntos que serão comentados hoje, sem dúvida.