Confirmada a vitória nas urnas, a diretoria buscou uma interação sobre as questões contratuais envolvendo o atual elenco do Paraná Clube. A intenção é buscar a manutenção de uma base, a partir do bom desempenho da equipe nesta reta final da Série B. Mas, nesse processo os novos dirigentes irão se deparar com uma série de problemas. Nada menos do que 21 jogadores têm seus contratos se encerrando nos próximos dias. Entre esses, dez titulares absolutos do time-base comandado por Roberto Cavalo.
Até mesmo reservas imediatos não têm continuidade confirmada. “O nosso grande desafio, nessa próxima gestão, é conseguir armar uma base. Para que o clube não sofra tanto nesses períodos de transição”, reconheceu Aramis Tissot, logo após a vitória na eleição da última quarta-feira. A chapa Revolução Paranista assume em meados de dezembro, mas o trabalho já começou, numa tentativa de se evitar um êxodo de grandes proporções. “O clube precisa criar uma nova estrutura. Não podemos admitir que a cada competição o Paraná passe por uma situação assim”, disse o presidente eleito Aquilino Romani.
Tomando-se por base a equipe titular de Roberto Cavalo, por exemplo, somente o ala Murilo tem contrato mais longo com o Paraná (até maio de 2011). Entre os jogadores cujos vínculos expiram até o mês que vem há vários reservas imediatos. “Temos que agir rapidamente, mas com os pés no chão, cientes da nossa realidade”, explicou Romani. Na prática, a nova diretoria aguarda uma posição do departamento de marketing, que terá a missão de buscar investidores que garantam o aporte financeiro necessário para “tocar” o futebol nas temporadas 2010-2011.
Num primeiro momento, Aramis Tissot, primeiro vice que acumula a vice de futebol do clube, imagina que o Paraná precisa angariar algo em torno de R$ 10 milhões para montar um time competitivo e sustentável. Os novos dirigentes evitam falar em nomes, mas é certo que o clube fará um esforço no sentido de tentar manter o meia-atacante Rafinha no grupo. “É difícil, mas estamos fazendo o que está ao nosso alcance”, afirma Romani, sem alimentar falsas esperanças ao torcedor paranista. Na prática, o clube joga com o fato de que todos os jogadores têm desejo de permanecer na Vila Capanema.
Casos, por exemplo, de Zé Carlos e Davi. Os atletas pertencem à L.A.Sports e a empresa já manifestou desejo de não renovar a parceria para a próxima temporada. Para reverter esse quadro, a diretoria terá que negociar diretamente com o empresário Luiz Alberto Martins de Oliveira Filho. Muitos dos hoje titulares do time foram contratados através da intermediação da L.A. junto a empresários e clubes de outros centros. “Temos que agir com consciência. Vamos estabelecer um planejamento, visando a montagem de um grupo competitivo para o ano que vem”, destacou Romani. Na próxima temporada, o Paraná tem pela frente o Estadual, a Copa do Brasil e a Série B.