A skatista Pamela Rosa é um dos grandes nomes do Brasil para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Ela é atual campeã mundial no street, lidera o ranking internacional e sabe que o País tem potencial para conseguir um feito raro e inédito: ter três competidoras brasileiras no mesmo pódio no Japão. Além dela, outras atletas nacionais são cotadas para isso, como Rayssa Leal, vice-líder do ranking, e Letícia Bufoni, que está se recuperando de lesão, mas é considerada uma das melhores do mundo. “A gente não pode, jamais, duvidar dessa chance de pódio triplo das meninas”, disse ao Estado.
Aos 20 anos, Pamela vive em São José dos Campos, no interior paulista, e desde cedo mostrou enorme talento. Começou na modalidade por acaso, quando um amigo de seu irmão apareceu com um skate. Depois ganhou seu próprio equipamento e chamou mais atenção com vitórias internacionais – tinha 16 anos quando venceu o X-Games, famoso evento de esportes radicais. Desde então, colecionou vitórias em cima do skate, recebeu patrocínios e agora mira a Olimpíada em Tóquio como um momento importante para seu esporte.
O que você tem feito para se preparar para essa reta final?
Estou muito focada para os campeonatos, cuidando do meu corpo, ainda mais agora que tive uma pequena lesão no meu tornozelo. Então estou muito focada para isso, para melhorar, ficar 100% e poder competir neste ano de 2020.
Como é a rotina de treinamento de uma skatista profissional?
Minha rotina é academia logo cedo, faço fortalecimento de tarde e ando de skate de noite. Mas, como eu estou voltando de lesão, estou fazendo dois períodos de fisioterapia.
Você precisou mudar sua vida por causa da inclusão da modalidade no programa olímpico?
Nos treinos, minha rotina não mudou muito, só procuramos evoluir mais ainda e cuidar ainda mais do meu corpo. De maneira geral, minha vida não mudou tanto depois que o skate foi incluído no programa olímpico. Todos os campeonatos que eu participei no ano ainda estão acontecendo e agora é só mais um, que é o principal.
Como você vê o fato de servir de inspiração para muitas outras meninas que sonham ser skatistas como você?
Eu fico muito feliz porque quando eu comecei a andar de skate não tinha menina na minha cidade para me inspirar, não tinha muitas condições de ter um celular, um notebook para ver as meninas andando de skate. Então poder ser uma inspiração para as meninas e poder andar de skate com elas é muito bom.
Você tem uma trajetória bem bonita no esporte. Do que mais se orgulha?
O que eu mais me orgulho é o foco que eu tenho. Eu posso estar zoando, tranquila… Mas quando está valendo, eu foco muito em tudo o que eu faço.
Você algum dia imaginou que estaria em fotos com a Marta, jogadora de futebol, ou que o skate fizesse parte da ‘Turma da Mônica’?
Isso ainda é um segredo, não posso soltar nada do que vai acontecer. Com a Marta também é segredo, mas logo mais estará aí nas redes sociais. Ela é uma pessoa muito gente boa. E o Mauricio de Sousa, da Turma da Mônica, foi incrível conhecê-lo e isso aí logo vocês vão ver também.
É inegável que você tem um certo favoritismo para a Olimpíada, quem sabe até para o ouro. Como lida com essa pressão por um grande resultado?
Acho que pressão sempre tem, até nas competições, não só porque eu sou líder do ranking. Eu estou focada nos campeonatos, procuro não me preocupar muito em ser a líder do ranking porque, até então, o alto nível do skate está muito elevado e isso tudo até maio pode mudar.
É possível que o Brasil conquista um pódio triplo nos Jogos de Tóquio, o que seria algo inédito?
Claro, tudo é possível. Das 20 meninas, tem quatro ou cinco brasileiras brigando pela vaga, então a gente não pode, jamais, duvidar dessa chance de pódio triplo das meninas.