Godoy insinua favorecimento |
Santos – O presidente Marcelo Teixeira, do Santos, informou ontem que vai encaminhar a fita do programa Debate Bola, da TV Record, para o STJD. Nela, o ex-árbitro Oscar Roberto de Godoy, que trabalhou no futebol paranaense, comenta que o Santos vem sendo prejudicado pela arbitragem e que o presidente do Atlético-PR, Mário Celso Petraglia, é um homem forte administrativamente e que já foi processado por tentativa de suborno a árbitros de futebol. Na época, Godoy foi classificado de "unha de cavalo" (jogo duro), por Petraglia, em conversa com Ivens Mendes.
"Ele é respeitado e, ao tomarmos conhecimento do conteúdo, entendemos que deveríamos encaminhar ao STJD as denúncias formuladas para que a entidade, que está tomando uma série de iniciativas severas contra o Santos, apure e esclareça esses assuntos que são muito graves."
Marcelo Teixeira não comentou o teor da entrevista de Godoy, mas revelou que "essas irregularidades coincidem com alguns momentos vividos pelo Santos nesse campeonato nacional e o assunto precisa ser esclarecido para o bem do futebol brasileiro e porque não podemos permitir que ocorram os fatos e denúncias que foram supostamente aventadas pelo ex-árbitro, que tem conhecimento de causa. Com certeza, esperamos que medidas sejam adotadas, caso comprovadas", disse o presidente santista. Ele comentou que, "se a denúncia não for comprovada, vamos ficar mais tranqüilos por saber que existe apenas um caminho no futebol brasileiro, que é o da correção para que aquele que vença o campeonato seja um legítimo campeão".
O dirigente informou que material está sendo editado com os erros de arbitragem que estão prejudicando o Santos no Brasileiro. "Em breve faremos uma exposição desses erros, comprovando o quanto o clube foi prejudicado." Ressaltou que pretende que os erros, alguns deles normais, não sejam constantes como ocorreram este ano. "As denúncias não partiram do Santos, mas de um ex-árbitro e entendemos que as autoridades devam tomar conhecimento e apurar."
Qualquer que seja o resultado, na opinião de Teixeira, não haverá interferência na campanha do Santos. "O prejuízo já é nítido e os pontos perdidos não retornarão, mas esperamos que nas três rodadas que faltam haja um cuidado muito grande para evitar que novos erros interfiram na classificação."
Atlético-PR
O Atlético Paranaense informou ontem que ainda não sabe exatamente o que foi dito no programa de televisão, mas já solicitou a fita. "Caso seja confirmado o conteúdo ofensivo, tanto o clube quanto o presidente do Conselho Deliberativo, Mário Celso Petraglia, tomarão as medidas judiciais cabíveis", informou a assessoria.
Ingresso à venda, copo liberado
Alberto Melnechuky |
Teve torcedor que já passou |
Mesmo que a torcida atleticana lote a Arena na partida de domingo, contra o São Caetano, às 16h, o recorde de público não será quebrado. Em 2001, no primeiro jogo da decisão do título, justamente contra o Azulão, o templo atleticano recebeu nada menos que 31.759 torcedores, que deram início à festa do primeiro título brasileiro da história do Furacão.
A promessa é de casa lotada. Afinal, uma vitória deixa o time ainda mais perto do bicampeonato. Entretanto, como o estádio recebeu cadeiras em toda a sua extensão, a sua capacidade diminuiu para 25.200 lugares. Mas, por medida de segurança, o clube não tem ultrapassado os 23 mil. "O que importa é ver a Arena lotada e certamente ela estará no domingo", aposta o goleiro Diego, um dos atletas mais queridos da galera rubro-negra. De qualquer forma, ao menos o recorde de público deste Brasileirão deve ser quebrado. O jogo no qual a Arena recebeu mais torcedores no Nacional foi contra o Flamengo, com 19.554 pagantes.
Dada a importância do jogo, a expectativa da diretoria era de que as filas ao redor do estádio se formassem na madrugada de hoje. No início da noite de ontem, já havia uma concentração de torcedores na Arena, inclusive com barraca montada.
Venda
Entretanto, para manter a tradição, os ingressos começam a ser vendidos às 10h de hoje, em todas as bilheterias da Arena. Já prevendo a grande movimentação no horário de venda, um forte esquema de segurança foi montado pelo clube para evitar confusões na hora da compra de ingressos. "Acreditamos que amanhã (hoje), sejam vendidos aproximadamente 18 mil ingressos", disse o assessor de comunicação do clube, Tony Casagrande.
Copos
Por orientação dos auditores do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), a administração do estádio chegou a anunciar que seria proibido o consumo de bebidas ou alimentos nas arquibancadas da Arena, tal como aconteceu no estádio Serra Dourada, por decisão do Goiás. O intuito era evitar novos incidentes, como o que aconteceu contra o Criciúma – um copo foi atirado no gramado, o clube voltou ao banco dos réus e poderia ter perdido de um a três mandos de jogos.
Entretanto, a diretoria decidiu voltar atrás da decisão e dar um voto de confiança à torcida. "A liberação é uma decisão de confiança no torcedor" afirma o presidente do Conselho Gestor do Atlético, João Augusto Fleury da Rocha. "Nós acreditamos no bom comportamento do torcedor, por isso achamos que esta medida não seja necessária", disse o dirigente.
Clube acompanha hoje sorteio da Libertadores
A boa campanha no Campeonato Brasileiro já está antecipando as emoções que o Atlético poderá viver em 2005. Elas começam hoje, quando o clube acompanhará o sorteio, pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), dos grupos dos 38 times que disputarão a Copa Libertadores da América e o calendário dos jogos da primeira fase. É verdade que o time ainda precisa somar pelo menos um ponto, mas poucos torcedores não estão acreditando nisso. Hoje, o Atlético tem mais de 99% de chances de se classificar ou, em último caso, ficar para disputar um seletivo com outras 12 agremiações.
Do total de classificados, 26 equipes ingressam de forma direta no torneio continental e 12 disputam uma repescagem, em jogos de ida e volta, nas duas primeiras semanas de fevereiro, saindo seis representantes. Na primeira rodada da Libertadores 2005 participam 32 times, divididos em oito grupos de quatro. Os dois primeiros de cada um se classificam às oitavas-de-final. Vale lembrar que os quatro times brasileiros e os quatro argentinos que vão compor a primeira rodada serão cabeças-de-chave.
O Atlético participou de duas edições da Libertadores – a primeira por ter vencido a Seletiva e a segunda como campeão brasileiro. Na primeira experiência, em 2000, a equipe teve a melhor campanha se comparada à segunda: 8 jogos; 6 vitórias; 1 derrota; 1 empate; 13 gols prós; 4 gols contra e saldo 9.
Já em 2002, mesmo mantendo o time campeão nacional, a campanha não foi boa: 6 jogos; 1 vitória; 3 derrotas; 2 empates; 10 gols prós; 15 gols contra e saldo 5.
Atlético treina para matar as bolas altas na origem
Se não há bola alçada na área, não há gol de cabeça. Pensando nisso, o Atlético está estudando todas as formas de neutralizar a principal virtude da equipe do São Caetano, adversário de domingo: os cruzamentos. Mesmo que o principal cobrador de falta do time e melhor cruzador, Anderson Lima, esteja machucado, o Rubro-Negro está esperto e já tem todas as armas para evitar a ação do adversário.
"Em primeiro lugar, a ordem é manter a bola nos pés e pressioná-los no campo defensivo, os deixando o mais longe possível da nossa área", ensina o ala-direita Fernandinho. Pela posição que ocupa no gramado, ele tem consciência que estará jogando contra time que tem no cruzamento e na bola aérea as principais virtudes". "Eu e Ivan sabemos do nossa responsabilidade em impedir os cruzamentos. É uma tecla em que sempre estamos batendo. Por isso, nessa partida, mais que nunca, o trabalho vai ser redobrado", diz Fernandinho.
A lista de "antídotos" não param por aí. Outro aspecto para o qual o técnico Levir Culpi está chamando a atenção é para as faltas próximas da área. "Falaram muito das falhas defensivas, mas às vezes uma falta próxima à área, marcada por qualquer jogador, é que decreta a origem da jogada", diz o zagueiro Marinho. Para resolver a questão, Marinho lembra mais uma vez que a marcação sempre deve começar do ataque. "Se a marcação é eficiente em todos os setores, a defesa não precisa matar na falta. Sendo assim, eles não conseguem o cruzamento de bola parada", ensina o experiente jogador.
No aspecto das faltas, o goleiro Diego assina embaixo e confirma que durante o jogo, pede para a turma ir com calma na marcação. "Acho que todo goleiro fica meio agoniado quando vê um defensor ir mais firme na bola. Às vezes isso é necessário, pois os atacantes costumam ser mais rápidos. Mas com o time afinado como está o nosso, dá para evitar as faltas próximas da área."
Sem cobranças de faltas próximas à área e jogadas de linha de fundo, o elenco acredita que dificilmente a bola aérea seja um tormento. Entretanto, se mesmo usando todas as armas para impedir os cruzamentos ela chegar sobre na área, o zagueiro Marinho confia no taco da zaga. "Errarmos em dois jogos seguidos foi acidente. Estamos entrosados e confiantes no nosso trabalho. A torcida pode confiar", conclui.
Jorge Henrique já acertou tudo
Antes tarde do que nunca. Após tentar a contratação do atacante Jorge Henrique em agosto, quando o jogador tentava adquirir seus direitos federativos na Justiça, o Furacão finalmente fechou com o jogador. O martelo foi batido ontem pelo presidente do Náutico, Ricardo Valois, que já havia confirmado há uma semana que mantinha conversas constantes com o presidente do Conselho Deliberativo do clube, Mário Celso Petraglia.
"Fechamos o negócio e é provável que Jorge chegue à Curitiba amanhã" (hoje), disse o dirigente timbu. Segundo Valois, o Náutico vendeu 90% dos direitos ao Atlético e ficou com 10%, para que o clube tenha lucro em uma possível negociação do jogador com uma equipe estrangeira. "Ele estará numa importante vitrine, o que é interessante para nós", diz. Os valores da transação não foram revelados pelo dirigente, mas nos bastidores comenta-se que a transação envolveu R$ 800 mil. "Prefiro não revelar valores, mas a negociação se fez com uma quantia em dinheiro e estamos com uma lista com alguns nomes de atletas do Atlético para escolhermos dois". Os dois atletas que forem escolhidos ficarão emprestados por um ano. Especula-se que entre os nomes estejam Rodriguinho, meia que defende o Bahia, o atacante Selmir, também empresatado ao Bahia, o meia Fabrício, que vem se destacando pelo Brasiliense e dois atletas que entraram no último jogo: o zagueiro Igor e o meia Willian. "Estamos conversando diretamente com os atletas para depois escolhermos", finaliza Valois.
Natural de Rezende, no Rio de Janeiro, Jorge Henrique foi contratado para defender a equipe de juniores do clube pernambucano. Foi tão bem que logo foi profissionalizado. Com 22 anos, ele quase se queimou com a diretoria alvi-rubra quando, em agosto, fugiu do clube para tentar pegar os direitos federativos na Justiça. Ele esteve no CT do Caju na mesma semana da chegada de Denis Marques.