Um elenco no divã. Os salários atrasados podem ter afetado a mobilização do grupo. Mas como justificar a falta de capacidade na cobrança de penalidades máximas? O desempenho pífio nesta temporada – só um convertido em sete tentativas – é o pior da história do Paraná Clube. No passado recente, o Tricolor normalmente contou com um especialista em pênaltis.
Na “era” pontos corridos, desde 2003, o Paraná sempre teve aproveitamento mínimo de 70%. Desta vez, o rendimento é de ínfimos 14%. O torcedor deve lamentar o fato do clube não contar, hoje, com um Renaldo no seu elenco.
O centroavante, em 2003, balançou as redes 30 vezes – uma a menos que Dimba -sendo que 14 gols foram de pênalti. Renaldo converteu todas as cobranças, mas mesmo assim o Paraná não foi perfeito: Fernandinho e Maurílio desperdiçaram dois pênaltis. No ano seguinte, o volume de chances na “marca penal” caiu, mas mesmo assim o Tricolor manteve uma média aceitável de precisão.
Sinval (2004), Borges (2005), Émerson (2006) e Josiel (2007) fizeram alguns gols decisivos em cobranças de pênalti. A partir de 2008, no entanto, o Paraná já não teve um “cobrador oficial”. Talvez reflexo da alta rotatividade proporcionada pela queda para a Série B. Mas, mesmo sem esse homem-gol, foi em 2008 que o Tricolor teve o melhor desempenho, convertendo as oito chances que surgiram.
O técnico Marcelo Oliveira já admite, diante de tal desempenho, dar nova chance para o goleiro Juninho. Mesmo com a obrigação de criar um sistema de marcação para uma eventual falha na cobrança. “Foi algo novo pra mim”, disse Juninho, em relação ao gol marcado frente ao Guaratinguetá, o primeiro de sua carreira. A opção momentânea foi motivada pelo clima do jogo – o pênalti foi nos acréscimos – e pelo pedido da galera. “Quem decide é o técnico. Só me cabe treinar”, arrematou o camisa 1.