Ah, a matemática! Cruel desde sempre com estudantes, do fundamental ao ensino médio. Fria, com poucos amigos. Defendida por abnegados professores, mas antipática para uma “carrada de piás e gurias”. A vitória do Atlético contra o Botafogo confirmou a manutenção matemática dos paranaenses na Série A do Brasileirão.
A chance ínfima gerada por resultados catastróficos inimagináveis é desprezada e o Furacão aproveita, a partir de agora, cinco rodadas do velho “sangue doce”. Vai jogar com toda a seriedade que Claudinei Oliveira exige, mas sem a preocupação de pelo menos oito equipes que ainda lutam contra a Segundona.
A tranquilidade obtida pelo Atlético permite ao treinador fazer um balanço do seu trabalho até aqui. E o trabalho foi bom na prática e nos números. O primeiro deles, que mais impressiona, é o aproveitamento do time nas últimas seis rodadas. Nos confrontos contra Botafogo, Atlético-MG, Fluminense, Criciúma, Flamengo e Figueirense foram cinco vitórias (perdeu apenas para o Flu, no Maracanã).
O aproveitamento é de 83,3% dos pontos conquistados, o que é impressionante para qualquer equipe. Claro que não há base lógica de comparação, mas o líder Cruzeiro tem até aqui 67,7% de aproveitamento.
“Quando eu assumi o clube não prometia nada. Falava que no futebol não tem milagre, não tem mágica. Precisa ter tempo para trabalhar e fazer as coisas acontecerem. Falei que acreditava que quando tivesse tempo as cosias melhorariam. E melhoraram. Não prometemos nada, a não ser trabalho e estamos fazendo o trabalho no dia a dia, nos dedicando ao máximo. Penso que o balanço é positivo pelo que entramos em termos de organização, sem criticar os antecessores, mas a equipe tomava muitos gols. Era uma das piores defesas do campeonato. Conseguimos melhorar essa parte defensiva, sem perde ofensividade e perder a característica dos nossos atacantes”, falou o treinador.
Hoje o Furacão é o 9º colocado com 46 pontos. O desempenho do Atlético da era Claudinei é visto em números. No primeiro turno quase completo sem o atual treinador, foram 18 jogos e 6 vitórias. Na 10ª colocação, o time era a pior defesa ao lado do Criciúma com 25 gols sofridos. Claudinei assumiu na 19ª rodada e obteve 7 vitórias (somou 22 pontos), chegando aos 46 e a 13 vitórias no total. A defesa passou da última colocação para a 9ª mais vazada com 38 gols. O aproveitamento de pontos do segundo turno coloca o Atlético na 8ª colocação.
“Cheguei com a proposta de elevar a pontuação da equipe. Procuramos melhorar o percentual de aproveitamento e hoje nós temos, com menos jogos , uma vitória a mais do que o clube conquistou no primeiro turno”, afirmou o treinador. “Vamos trabalhar. Não podemos nos acomodar com isso e achar que está bom. Não me permito me acomodar e achar que fiz muito. Não fiz nada e tem muito a fazer ainda. E vou fazer com bastante humildade, confiança nas minhas convicções e contando com o apoio da direção”, disse Claudinei, lembrando que nunca foi ameaçado de demissão, mesmo após três derrotas seguidas. “Tenho procurado dar esse retorno, esse respaldo para eles com meu trabalho”.
Os números e o trabalho mostrados até aqui credenciam Claudinei a ser o treinador do Furacão no ano que vem.