Parma – Evitar a falência, nas próximas semanas, é o maior desafio que o Parma enfrenta em 90 anos de existência. O clube pertence à Parmalat e pode desaparecer, no rastro do escândalo financeiro que levou à bancarrota a multinacional italiana do setor alimentício. Os dirigentes garantem, porém, que o time não terá o mesmo destino da Fiorentina, liquidada dois anos atrás em conseqüência de má administração e acúmulo de dívidas do grupo Cecchi Gori.
A responsabilidade de contornar a crise sem precedentes recaiu sobre Patrick Nebiolo, diretor geral do Parma e homem de confiança da família Tanzi, que detém 98,7% das ações. Sua tarefa principal, desde o Natal, tem sido a de acalmar torcedores, jogadores e demais funcionários do clube, ao garantir-lhes que um dos símbolos da cidade não vai sumir de uma hora para outra. Além disso, trabalha nos bastidores para convencer credores e acionistas minoritários de que há salvação. “Espero que consigamos sair ilesos deste desastre”, afirmou em entrevista a uma rádio local.
O dirigente admite que a alternativa menos radical é a de aumentar o capital do Parma. O balanço mais recente aponta perdas de US$ 96 milhões, quantia que deixou intrigada até auditores contratados para analisar a situação. A Parmalat já não pode contribuir, por razões óbvias, e os demais sócios temem jogar dinheiro fora. O clube procura suporte com bancos e investidores, até agora sem respostas entusiasmantes.
O Parma ganhou um pouco mais de tempo para estudar propostas. A assembléia de acionistas marcada para amanhã foi transferida para o dia 9.
Ceder jogadores é outra alternativa e a debandada começou. O japonês Nakata está de malas prontas para o Bologna e a Inter de Milão comprometeu-se a pagar US$ 27 milhões para ficar com o restante do passe de Adriano, já que os dois clubes eram sócios. Outros podem sair, principalmente se falharem os planos de emergência.