A sofrida torcida paranista assistiu ao time dar adeus à segunda competição do ano na terça-feira (a Copa do Brasil, contra a Ponte Preta em Campinas), sem alimentar muito otimismo para o restante da temporada. Pelo menos é isso que dá para filtrar das declarações de alguns dos principais jogadores. ‘Poderia ter uma sorte maior, mas quando algumas coisas não estão certas, dentro de campo reflete’, disse o volante Cambará, em uma clara referência aos constantes atrasos de salários que assolam o clube.
Para piorar a situação, a eliminação também fez com que o Tricolor deixasse de faturar uma boa grana. Chegar à terceira fase significaria mais R$ 430 mil aos combalidos cofres tricolores. Isso, sem contar, a renda de uma partida contra o próximo adversário (Vasco e Treze-PB decidiriam ontem à noite a vaga). Artilheiro do clube na temporada, com 14 gols em 16 partidas disputadas, o centroavante Giancarlo não poupou críticas pela oportunidade perdida de aumentar a arrecadação. Sobrou para o time e para a diretoria.
‘Se o Paraná seguisse ganharíamos o dinheiro da renda e da CBF. Agora fica complicado deste jeito. Os jogadores sabem da situação difícil do clube e se passasse para outra fase muitas pessoas não iriam merecer a classificação’, disparou o jogador, que normalmente não mede as palavras nos momentos complicados. ‘Temos que fazer nossa parte e ninguém fala nada sobre os pagamentos. Espero que melhore esta situação’, emendou o camisa 9, deixando claro que os vencimentos não estão em dia.
O técnico Claudinei Oliveira preferiu não polemizar. No clube há 22 dias, ele prefere não opinar sobre a situação financeira. O primeiro salário de Oliveira só vence na virada de maio para junho. “Cheguei há pouco tempo e não venceu um mês de trabalho. O primeiro pagamento seria ou será agora daqui uns dias. Todos têm direito de reclamar com limite e fazendo o máximo dentro de campo”, ponderou o técnico, que não vê influência dos problemas salariais no desempenho em campo.