O revés diante do Americana 1×0, no último sábado decretou uma queda acentuada do Paraná Clube na tabela de classificação da Série B. Até então invicto e no G4, o Tricolor despencou para o 11.º lugar, empatado em todos os critérios com o próprio Americana. A atuação pífia do time, muito abaixo do que fora produzido nas rodadas anteriores, aumentou a pressão sobre o técnico Ricardo Pinto, “eleito” pelo torcedor como o responsável por este declínio.
Logo após o jogo, os mais de 50 integrantes da Fúria Independente que estiveram no interior paulista pediram “a cabeça” do treinador. Na internet, as correntes são favoráveis à troca. Ricardo Pinto reconheceu a jornada ruim da equipe e promete cobranças. “Temos que conversar. O time foi apático e, nesta competição, isso não é admissível”, disse o treinador, sem encontrar justificativas para tamanha morosidade. “Num jogo que poderia nos dar a liderança, simplesmente não jogamos. Nesta Série B, ou você mata ou morre. Pedimos para perder”, disparou o capitão Cris.
Na visão do zagueiro, o Paraná tem pecado e muito na marcação coletiva. “Em todos os jogos, os volantes adversários estão sempre soltos. Isso acaba empurrando nosso time pra defesa. E, aí, a zaga acaba ficando sobrecarregada”, diagnosticou. Já o goleiro Zé Carlos entende que a derrota foi um castigo para a falta de atitude do time. “Simplesmente não jogamos no segundo tempo. Temos que mudar essa postura radicalmente na próxima partida, pois só nos resta uma opção: vencer o Salgueiro, em casa”, disse o camisa 1.
A diretoria, que estava em peso na cidade de Americana, também não gostou do que viu. Porém, nem Aramis Tissot, tampouco Paulo César Silva e Guto de Mello falaram abertamente sobre uma eventual troca no comando técnico. Mas, vale lembrar, Ricardo Pinto já teve problemas após o primeiro jogo em casa (empate por 1×1 com a Lusa). Naquela oportunidade, ao ser chamado de “burro” pelos torcedores, reagiu criticando a “turma do amendoim” (torcedores que ficam no alambrado, xingando aqueles que ficam no banco de reservas) e expôs o clube ao revelar que seus salários estavam atrasados.
Na oportunidade, dirigentes não só taxaram de “infelizes” as suas declarações como também afastaram o seu “braço direito”, o auxiliar técnico Luiz Juresco. Desta vez, há quem imagine que a derrota poderá resultar na saída do próprio treinador. Hoje haverá uma reunião da diretoria de futebol para analisar os recentes resultados e, certamente, definir cobranças junto ao elenco e à comissão técnica. “Não podemos aceitar com passividade a péssima atuação do time. É inadmissível a forma como o Paraná perdeu para um adversário muito inferior tecnicamente”, afirmou Paulo César Silva.
