Apesar de diversos questionamentos feitos pelo zagueiro Paulo André, ex-Atlético e Coritnhians e atuando no futebol chinês, o deputado federal do Rio de Janeiro, Otávio Leite, garantiu que a Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte (LFRE) contribuirá tanto para a vida financeira dos clubes, com a capacidade de renegociação das dívidas com a União, quanto para os jogadores, já que o não cumprimento dos pagamentos das dívidas fiscais e dos salários de funcionários e jogadores pode acarretar em rebaixamento de divisão do clube devedor.
“Essa proposição de lei é uma nova concepção para o enfrentamento do problema, que parte do princípio da imperiosa necessidade de alterarem por completo os procedimentos responsáveis criados ao longo dos anos para quitar as mil dívidas, as bolas de neves e as bombas de efeito retardado que explodem na mão dos cartolas que assuem os clubes. O projeto é amplamente democrático, pois ouvimos todos. Clubes grandes, pequenos, a imprensa, torcedores, Bom Senso e todos os atores que gravitam em torno do esporte”, explicou o deputado federal em entrevista ao Paraná Online.
De acordo com Otávio Leite, grande parte as indagações e críticas feitas pelo zagueiro Paulo Otávio, que é um dos representantes do Bom Senso FC, estão contemplados na proposta da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte. “A ideia do Paulo André era de invocar uma série de elementos e itens que em tese não estariam contemplados no projeto. Estão todos ou quase todos dentro do projeto. Os clubes precisam se adequar a um conjunto de regras rigorosas. Há um parcelamento, mas sem prejuízo fiscal para o credor que é a União. Evidentemente que propostas de aperfeiçoamento podem surgir e estamos abertos a essas discussões. Depois dos 7×1, temos a oportunidade de mudar a história do futebol brasileiro. Ou faz agora, ou nada será mudado tão cedo”, emendou.
Mesmo com a crítica de Paulo André com a necessidade dos clubes apresentarem uma vez por ano a certidão negativa de débitos, Leite cravou que a lei está bem amarrada e buscará punir os clubes que não cumprirem seus débitos fiscais e salariais com jogadores e funcionários. “Esse documento comprova se o clube está quites com a Fazenda e se todo o passivo está sendo pago regularmente. A certidão deve ser exigida desde o início do campeonato. Uma vez não existindo, o clube será rebaixado de divisão. É uma regra, é uma punição. A lei está amarrada por todas as pontas. Se o clube ficar dois meses sem pagar os salários dos funcionários e jogadores, também será rebaixado. Tem nego delirando com esses questionamentos”, arrematou o deputado federal.
Outro lado
Ao lado do meio-campo Alex, do Coritiba, o armador Lúcio Flávio, do Paraná Clube, também é um dos representantes do Bom Senso FC. O jogador paranista disse que não chegou a ler a carta divulgada pelo zagueiro Paulo André na íntegra, mas frisou que o movimento visa contribuir com a saúde financeira dos clubes, que consequentemente evitará que os jogadores sofram com salários atrasados durante as temporadas.
“Não consegui ler a carta ainda na íntegra. Os atletas buscam os seus interesses e os clubes outros. Isso gera uma discussão de ideias. A ideia é de que isso venha de fato contribuir com a atual situação dos clubes, que têm dificuldades de honrar seus compromissos. Esperamos que esses problemas não venham a acontecer mais. Eu, como pessoa física, se fico devendo não tenho mais condições de comprar nada. Estamos lutando para que isso não aconteça, para que os clubes possam trabalhar dentro dos seus orçamentos”, finalizou Lúcio Flávio em entrevista exclusiva ao Paraná Online.