A sete meses dos Jogos Olímpicos de Londres, o futebol feminino sofreu um duro golpe. Principal clube do Brasil nos últimos anos, o Santos encerrou oficialmente suas atividades entre as mulheres na modalidade nesta terça-feira.

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A informação foi divulgada oficialmente pelo presidente do clube, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, em entrevista coletiva na Vila Belmiro. Ao lado da jogadora Erika, o dirigente disse que não tinha mais como bancar o valor de R$ 1,5 milhão anuais do time feminino sem ajuda de um patrocinador.

“Não dá interesse da televisão e, com isso, não há interesse dos patrocinadores”, justificou o presidente, que criticou o comportamento da Confederação Brasileira de Futebol. “Somos subordinados à CBF, que não tem interesse no futebol feminino, apenas pela seleção masculina, acima dos clubes. O calendário dessas meninas é um absurdo.”

Emocionada, Erika chorou ao comentar o fim das “Sereias da Vila”, como ficou conhecido o time do Santos de futebol feminino. “Gostaria muito de permanecer, continuar aqui, mas infelizmente acabou”, comentou a jogadora, que conversou com o presidente no dia anterior e ficou até 4 horas da manhã conversando com as companheiras para entender o que acontece.

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“Não precisava ficar aqui pedindo nada, eu vou jogar na Coreia, mas as minhas companheiras como vão fazer?”, questionou. “Recebi vários telefonemas das meninas perguntando o motivo pelo qual ia acabar o futebol no Santos.”

A jogadora está preocupada principalmente com a proximidade dos Jogos Olímpicos. “Oito meninas que jogavam aqui no Santos são titulares na seleção. Agora cada uma terá de ir para um lugar. Como será a nossa preparação? Como vamos ter uma equipe em condições de ganhar?”

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O fim das atividades do futebol feminino foi confirmada pouco tempo depois de o Santos também desfazer o time de futsal, que tinha Falcão como principal estrela. Até a permanência do atacante Neymar foi utilizada como justificativa para o encerramento das duas equipes.

“Foi um plano ousado, que agora nos faz cortas gastos. No futsal e no feminino fomos uma andorinha que voou sozinha nos últimos anos. Não podemos ser heróis nacionais para manter uma categoria sozinhos. Precisa do apoio do governo e de patrocinadores”, afirmou Luis Alvaro.