O sinal de alerta está ligado no Paraná Clube. Apontado como um dos favoritos à classificação para a Copa Sul-Americana – após se manter invicto por nove rodadas -, o Tricolor dificultou sua caminhada após sofrer duas derrotas consecutivas.
O resultado do último domingo (Fortaleza 5×3) só não foi mais desastroso porque dos clubes que estão no seu encalço somente o Atlético-PR venceu. A comissão técnica não precisou refazer as contas, pois a matemática é simples: com um empate e uma vitória, o Paraná independe de outros resultados.
Com dez clubes já garantidos na edição-2004 da competição continental, o Tricolor segue na frente entre os sete clubes que ainda mantém chances matemáticas na briga pelas duas vagas restantes. São Paulo, Cruzeiro, Flamengo e Grêmio entram na Sul-Americana pelo ranking da Conmebol. Também garantiram presença, por suas campanhas no Brasileirão, Santos, Internacional, São Caetano, Coritiba, Atlético-MG e Goiás. Dependendo de uma combinação de resultados, o Paraná pode definir sua situação no próximo sábado, em São Paulo, diante do Corinthians.
Até mesmo com um empate, o clube pode assegurar a vaga matematicamente. Para isso, torceria por outros três resultados: para que Guarani e Criciúma não vençam Paysandu e Bahia, respectivamente, e que o Figueirense seja derrotado pelo Goiás. Nesta combinação, o Paraná chegaria aos 62 pontos com 17 vitórias e, no máximo, seria superado pelo Atlético-PR. Os outros times que poderiam chegar ao mesmo número de pontos não ultrapassariam o número de vitórias ou o saldo de gols do Tricolor.
“Temos uma boa condição pela frente, mas é importante que todos estejam atentos durante os noventa minutos”, destacou Saulo de Freitas. Ele ainda lamentava o primeiro gol do time cearense, com menos de um minuto. O lance comprometeu toda a estratégia armada para o jogo. “Continuamos dependendo apenas de nossas forças e isso é fundamental”, disse. O saldo positivo, na visão do treinador, foi a reação do time na fase complementar, quando conseguiu marcar três gols, insuficientes, no entanto, para evitar a derrota.
Reside aí, talvez, a maior preocupação dos paranistas. Foram oito gols sofridos em apenas dois jogos e a defesa segue sendo o alvo principal das críticas. Os números comprovam a fragilidade. Afinal, com os cinco gols sofridos no Ceará, o Tricolor se isolou como a segunda defesa mais vazada do Brasileirão, com 74 gols, média de 1,68 gol/jogo. Está à frente somente do Bahia (82). Após 44 jogos realizados, a zaga do Paraná só “passou em branco” oito vezes.
Renaldo continua fazendo a dele
O “rei dos pênaltis” segue com a pontaria afinada. No Ceará, o artilheiro Renaldo fez mais dois gols – não dando a mínima chance ao goleiro Jefferson, do Fortaleza – e chegou aos 29 no Brasileirão, igualando-se a Luís Fabiano na vice-artilharia da competição. O atacante paranista empatou com a marca de Edmundo, que por seis anos foi recorde no futebol brasileiro e só caiu no último domingo, quando Dimba fez seu 30.º gol.
Renaldo garante que jamais perdeu um pênalti na sua carreira e só neste Brasileiro converteu 14 cobranças (curiosamente, apenas uma no 1.º turno). Nesta reta final, enquanto tenta levar o Paraná à Copa Sul-Americana, alimenta o sonho de “desbancar” o atacante do Goiás e pela segunda vez garantiu o título de maior artilheiro do Brasil. Renaldo tem duas rodadas para tentar superar Dimba. Curiosamente, os dois começaram no futebol brasiliense (só que Renaldo é natural da Bahia). “O funil está se fechando. Ainda dá prá chegar”, avisou, confiante. Mesmo não tendo disputado o campeonato paranaense, Renaldo já é o maior goleador do futebol paranaense na temporada 2003. Ele superou Marcel, que tem 28 gols (dez deles na competição estadual), e segue derrubando recordes e escrevendo seu nome na história do clube. “Estou cumprindo aquilo que prometi”, comentou.
Os obstáculos no caminho de Renaldo são Corinthians e Vitória. Enquanto isso, Dimba estará encarando as defesas de Figueirense e Atlético Mineiro.
