Foto: Valquir Aureliano/Tribuna
Pedro já foi modelo e goleiro, mas está brilhando como artilheiro.

Todas as expectativas estão se confirmando em torno do novo artilheiro do Campeonato Brasileiro. O ex-goleiro e ex-modelo Pedro Oldoni, desde já, o principal candidato à revelação da competição e a ídolo da torcida do Atlético. E olha que estamos apenas na terceira rodada. Mas, para quem carrega a expressiva marca de quase um gol por jogo, não é de se duvidar nada. Sorte do Rubro-Negro, que renovou com o matador de 20 anos e clone de Kaká no começo do ano e já começa a colher os frutos dessa aposta.

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Os três gols marcados contra o Botafogo (na vitória por 4 a 0) devolveram a alegria perdida ao Furacão e colocaram o dono da camisa 9 no topo da tábua de artilheiros. ?Comecei a jogar pelo Atlético numa fase não muito boa, com a gente perdendo, mas todos sabíamos que o grupo era forte e iríamos dar a volta por cima?, diz Pedro. E como deram. Após uma semana turbulenta, os jogadores se reuniram, lavaram a roupa suja e o resultado não poderia ser melhor do que a goleada em pleno Maracanã.

?Faltava mesmo essa pegada que teve contra o Botafogo, todo mundo correndo, todo mundo se dedicando. Faltava isso, com um pouquinho mais de cada um, desempenhando o máximo em sua função. Por isso conseguimos a vitória?, destaca. Melhor ainda que a reabilitação veio com a artilharia do Brasileirão.

?É muito importante para mim, que estou começando agora, ser artilheiro de um campeonato como esse, mas é muito cedo para falar disso. A competição começou agora, mas espero treinar bastante e fazer os gols nas oportunidades que tiver?, projeta.

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Ele sabe que não vai ser fácil. Artilheiro, começa a ser mais visado pelos adversários. ?A cada dia tenho que treinar mais para evoluir os fundamentos para estar sempre bem preparado na hora em que os zagueiros estiverem vindo?, analisa.

E, ele vai ter que driblar também as cobranças, que serão bem maiores do que no tempo de juniores. ?No júnior, não tem cobrança, você vai mal num jogo, mas o treinador sabe de seu potencial. No profissional, não. Tem imprensa, diretoria e eu acho que cresci muito com essas cobranças porque teve partida que eu não fui bem e procurei evoluir mais?, destaca.

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Aos 20 anos, Pedro Oldoni é candidato a craque e ídolo rubro-negro. Ele revela que não esperava tanta mudança em sua vida em apenas dois anos. ?Está sendo bastante rápida a mudança na minha vida. Espero dar continuidade, mas não esperava que fosse assim tão rápido. No ano passado, joguei nos juniores pelo Cianorte e agora estou no profissional do Atlético?, finaliza.

Das passarelas aos gramados

A história do atacante Pedro Oldoni é, no mínimo, inusitada. Mesmo mostrando talento para o futebol, ele demorou a tentar a sorte como jogador profissional. Completou o ensino médio ao mesmo tempo em que trabalhava de modelo e era apontado como clone de Kaká. Até que resolveu, quando já tinha 18 anos, fazer testes em alguns clubes, quando foi aceito pelo Atlético. ?Foi um pouco de culpa minha, a gente não acreditava?, conta Jovelino do Nascimento F.º, pai do artilheiro do Campeonato Brasileiro.

Era assim que o garoto criado em Coronel Vivida pensava também até criar coragem. No colégio, chegou a ser campeão como goleiro e artilheiro por um clube local ao mesmo tempo. ?Eu era modelo e estudava. Aí resolvi fazer o que eu gostava de verdade, que era jogar futebol, fui ao Atlético fazer o teste e passei?, relembra o atacante. Azar de quem não enxergou no rapaz de 1,91 metro e 85 quilos potencial para ser artilheiro. ?Cheguei a fazer testes em outros clubes. No Paraná Clube fiquei um tempo, mas o treinador foi mandado embora e me disseram que eu teria que fazer outro teste. Aí teve teste no Atlético, fui aprovado e não voltei mais?, aponta.

Como não tinha feito o trajeto normal de jogar no infantil e juvenil, acabou indo para o Cianorte, onde jogou três partidas do Paranaense do ano passado. ?Fui emprestado para ganhar experiência?, explica. Aí foi só consagração. Acabou sendo artilheiro do júnior tanto no estadual, quando na Copa Tribuna. Por isso, ele só vestiu a camisa rubro-negra este ano, na Copa São Paulo, e ainda teve o azar de se machucar e voltar para Curitiba mais cedo.

Com contrato por vencer, foi envolvido numa polêmica com seus procuradores (a Massa Sports), o clube e o também atacante Dagoberto. Mas, entrou logo num acerto com os dirigentes e garantiu permanência na Baixadaaté 2009. Ou até algum clube de ponta europeu crescer os olhos.