Depois da derrota no Atletiba, Coxa retoma sua rotina

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Vizzotto diz que não conseguiu dormir direito, mas agora é bola pra frente.

"Amanhã há de ser outro dia." O chamamento de Chico Buarque em Apesar de Você, sucesso dos anos 70, se aplica perfeitamente ao Coritiba. Após o fracasso no Atletiba e cobranças generalizadas aos jogadores, o time retomou os treinos pensando na partida contra o Botafogo tentando fazer com que a derrota no clássico seja esquecida logo. E todos sabem que há duas maneiras de fazer isso: trabalhando muito e respondendo em campo.

Os treinos que marcaram a reapresentação do grupo deixaram claro a decepção pela derrota. "Está todo mundo chateado. Ninguém conseguiu dormir", confessa o goleiro Vizzotto, um dos melhores da equipe no clássico. "A reação foi a pior possível. Sou daqui e agora sei como é ser derrotado em um clássico local. Mas temos que administrar isso, porque esta foi uma derrota pedagógica. É hora de aprendermos com o que aconteceu", completa o técnico Cuca.

Antes do primeiro trabalho da semana, foi realizada uma longa reunião entre a comissão técnica, a direção de futebol e o elenco. O objetivo era acabar com a tristeza e buscar ânimo rapidamente. "Eu confio muito neste grupo. Acredito que vamos terminar o Campeonato Brasileiro na frente do Paraná e do Atlético", revela o treinador. Cuca também tenta evitar que o grupo seja mais criticado. "Até ontem o time era bom. Não podemos jogar a culpa em qualquer um. Amanhã serão eles mesmos que vão ganhar. Precisamos ter mais calma", diz o técnico alviverde.

Para ter a tranqüilidade necessária em uma semana importante para o Coxa no Brasileiro, os jogadores esperam que a torcida apóie a equipe e faça uma ?trégua?. "Eu sei que é difícil ter calma, mas os torcedores têm que saber que nós temos capacidade de nos recuperarmos. Ninguém pode negar que nós temos muitas qualidades. Espero que todos que forem ao estádio no domingo nos incentivem", comenta Vizzotto.

Além de servir como resposta, uma vitória sobre o Botafogo representaria mais uma tentativa de acabar com a inconstância da equipe – em onze rodadas, o Coritiba ainda não conseguiu vencer duas partidas seguidas. "Há coisas no futebol que não têm lógica, não têm explicação. O nosso trabalho é bem feito e temos muito ainda a crescer", resume Vizzotto. "Vamos trabalhar bastante, mais até do que estamos trabalhando normalmente. E tenho certeza que vamos nos recuperar", finaliza Cuca.

Cuca vira "escudo" do elenco

O técnico Cuca assumiu uma posição de defesa do elenco do Coritiba. A atitude de colocar-se na frente dos jogadores, evitando que eles sofram mais com as críticas, também o deixa mais próximo de possíveis questionamentos. E mais uma vez ele teve que explicar os motivos da mudança tática realizada no Atletiba.

Ele vai na contramão das opiniões e refuta a opinião vigente de que Rafinha foi "improvisado" na meia-esquerda. "A idéia é que nós tivéssemos muita movimentação. Ninguém estava obrigado a ficar em um setor específico, nem o Rafinha nem o Jackson. Só que do outro lado havia uma equipe, que soube marcar bem", argumenta.

O fato de o Atlético ter jogado com um time reserva é relevado pelo treinador. "Se nós tirarmos o Vágner e colocarmos o Nascimento, colocarmos o Rodrigo Batatinha, o Caio e o Marciano, nós estaríamos em tese colocando uma equipe reserva. Foi isso que aconteceu", diz Cuca, traçando um comparativo entre os dois grupos.

Ele não quer adiantar possíveis alterações, ou mesmo a troca de sistema de jogo. Mas Cuca admite que a derrota no clássico trouxe à tona novas possibilidades. "Nós tivemos lições, inclusive nas questões técnicas e táticas", resume.

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