Escândalo

Denúncias de corrupção na Fifa rondam congresso em SP

São Paulo – O pedido do presidente da Fifa, Joseph Blatter – de que os 209 delegados de todo o mundo ‘aproveitassem’ o congresso da entidade, que terminou ontem, em São Paulo – ficou pelo caminho. As denúncias de corrupção envolvendo a entidade e a crise na relação entre Blatter a e presidente Dilma Rousseff rondaram o grandioso evento que tomou um dos principais centros de convenções de São Paulo. Os bastidores do futebol fervilharam na véspera da bola rolar.

O assunto que era mais esperado na reunião de ontem nada tinha a ver com a Copa 2014. Era a série de denúncias da imprensa internacional sobre o suborno de dirigentes da Fifa para que o Catar fosse confirmado como sede da Copa do Mundo de 2002. Segundo o jornal inglês The Sunday Times, o ex-cartola Mohammed Bin Hamann teria recebido US$ 5 milhões para comprar votos para o Catar.

Poderia acabar em pizza, mas os patrocinadores da Fifa querem saber o que aconteceu. Não à toa, Joseph Blatter falou diversas vezes em ‘honestidade’ e ‘integridade’ durante o Congresso. O investigador-chefe da entidade, o promotor americano Michael Garcia, confirmou que vai agregar as informações do jornal inglês na investigação sobre Catar-2022 e também sobre a escolha da Rússia para o Mundial de 2018. ‘Estamos investigando corrupção e conflito de interesses’, disse Garcia. ‘Tenho a liberdade para investigar este e qualquer outro caso. Estamos dispostos a ouvir todos e pedir todo material que seja relevante para esse trabalho’, completou.

Na parte política, ficou escancarado o distanciamento de Blatter com o governo federal. As relações nunca foram das melhores, e só pioraram com a ascensão de José Maria Marin à CBF e as discussões públicas entre membros do governo e da Fifa. Em conversa com jornalistas, a presidente Dilma chegou a dizer que o cartola era ‘um peso’ a ser carregado.

Na abertura, terça-feira, a presidente era aguardada. A ausência dela foi anunciada em cima da hora, surpreendendo assessores da Fifa e criando nova saia-justa. Hoje, para evitar vaias, Dilma não falará na Arena Corinthians durante a abertura da Copa. Blatter também não, mas ele ficou marcado como o personagem que ‘incomodou’ o País nos últimos sete anos, desde a definição do Brasil como sede da Copa.

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